Portugal continental em situação de alerta até sábado por causa do risco de incêndio

De acordo com as previsões meteorológicas, é esperado até sábado um aumento da intensidade do vento, acompanhado pela continuação de tempo quente e seco. Protecção Civil já declarou alerta vermelho em dez distritos.

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Daniel Rocha

O Governo declarou esta quinta-feira a situação de alerta em Portugal continental entre as 00h01 de sexta-feira e as 23h59 de sábado, devido ao “agravamento do risco de incêndio” decorrente do estado do tempo.

A decisão foi tomada por despacho conjunto dos ministros da Administração Interna e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, que anunciaram a medida em comunicado. De acordo com as previsões meteorológicas, é esperado até sábado um aumento da intensidade do vento, acompanhado pela continuação de tempo quente e seco.

Esta quinta e sexta-feira, serão poucos os distritos do continente que não chegarão aos 30ºC (ou valores acima) de temperatura máxima. Para o fim-de-semana, o IPMA prevê uma pequena descida de temperatura, em especial nas regiões Norte e Centro, e que se devera acentuar no domingo.

Na semana passada, o Ministério da Administração Interna e o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural já tinham assinado um despacho conjunto que declarava a situação de alerta em Portugal continental e que vigorou até este domingo devido ao aumento das temperaturas e ao agravamento do risco de incêndio florestal.

Dez distritos em alerta vermelho

A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) decretou esta quinta-feira o alerta vermelho para Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Vila Real e Viseu, devido ao risco agravado de incêndios provocado pelo calor esperado nos próximos dias.

“Fruto deste cenário, a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil accionou o estado de alerta especial de nível vermelho para dez distritos do Interior Norte e centro, incluindo também a zona de Vale do Tejo, Lisboa, Setúbal e Coimbra, com todos os restantes distritos em alerta laranja. E pelo poder político foi decretado o estado de alerta, a situação de alerta”, salientou a segundo comandante da ANEPC, Patrícia Gaspar.

Em conferência de imprensa realizada na sede da ANEPC, em Carnaxide, concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, Patrícia Gaspar alertou para um “cenário sério e complexo” que se irá verificar nas próximas 48 horas devido às condições meteorológicas, o qual pode potenciar a ocorrência de incêndios florestais.

“Vamos, nas próximas 48 horas, entrar num cenário meteorológico que pode ser complexo no que diz respeito ao desenvolvimento de ocorrências de incêndios florestais. Vamos ter 48 horas de tempo seco, com humidades relativas baixas, mas, sobretudo, vamos ter um factor que é preponderante na forma como os incêndios se desenvolvem, que é o vento”, explicou.

Patrícia Gaspar pediu tolerância zero quanto ao uso do fogo e apelou à população para que esteja consciente das condições meteorológicas e dos comportamentos de risco. “Fruto de alguma nebulosidade que poderá também surgir e também do vento, poderá haver uma percepção errada por parte das pessoas para uma eventual diminuição do risco, o que pode levar a comportamentos errados e a comportamentos que temos a todo o custo de evitar”, frisou a segundo comandante da ANEPC.

Com esta situação de alerta passam a estar em vigor “medidas bastante restritivas relativamente ao uso do fogo”.

“Estão proibidas todas as queimas e queimadas nos distritos visados por este alerta, está proibido o fogo-de-artifício, está proibido também determinado tipo de trabalhos agrícolas, sobretudo, obviamente, nas zonas rurais, nas zonas florestais”, lembrou esta operacional, que apela aos portugueses para que respeitem estas restrições.

Notícia actualizada às 21h55 com a informação de que a Protecção Civil havia decretado alerta vermelho em dez distritos

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