Novo PDM, que alarga os limites de Aveiro, foi aprovado pelo executivo

Documento assume uma cidade que se estende para além da actual, dando mais força à luta contra a cobrança de portagens nos percursos urbanos.

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PP PAULO PIMENTA

O executivo camarário de Aveiro aprovou, na manhã desta quarta-feira, a revisão do Plano Director Municipal (PDM). Este novo plano assume, entre outras alterações, uma cidade que se estende para além da actual, alongando-se até aos aglomerados de Cacia, Esgueira, Azurva, Santa Joana, São Bernardo e Aradas. Irá, agora, ser sujeito ainda a 30 dias de consulta pública, seguindo, depois, para a Assembleia Municipal. O presidente da autarquia, Ribau Esteves, estima ter o processo concluído em meados de Novembro.

A cidade de Aveiro “é já muito mais do que o núcleo central e histórico”, argumenta Ribau Esteves. “Transcendeu esta fronteira da antiga EN 109 e passou a ser limitada pela sua Via de Cintura Urbana, formada pela A25 (entre o nó do Estádio e o nó das Pirâmides) e pela A17 (entre o nó do Estádio e o nó das Quintãs / Póvoa do Valado)”, sustenta.

E visto que dessa “via de cintura” irradiam “as vias que são o garante do sistema urbano conexo do município”, o líder da autarquia promete lutar para evitar que os munícipes que usem aqueles percursos urbanos das A25 e A17 continuem a pagar portagens.

O novo documento prevê um aumento da área urbana de 35,02 para 41,19 quilómetros quadrados. A área industrial ou de actividades económicas “passa de 9,02 para 9,53 quilómetros quadrados, criando-se as novas zonas de espaço verde complementar com 3,54 quilómetros quadrados e de espaço verde urbano com 1,5 quilómetros quadrados”, revela, ainda, a autarquia.

A revisão do PDM de Aveiro fica também marcada pelo abandono, em definitivo, dos projectos da Avenida de Santa Joana e da construção de um novo hospital – a opção passa por ampliar a unidade actual para os antigos armazéns gerais. Pelo contrário, os projectos da “Via Panorâmica a Sul de Verdemilho, a Variante a Sul de Eixo, a Variante à EN 235 em N. Sra. De Fátima/Mamodeiro e a ligação Aveiro/Águeda”, são reiterados no novo documento.

A revisão do PDM resultou, ainda, na assunção da importância da ria de Aveiro, destacando a aposta “na área dos desportos náuticos, com destaque para o trabalho em desenvolvimento pela Estação Náutica do Município de Aveiro e para equipamentos novos a executar com base nas pré-existências como são os Postos Náuticos do Rio Novo do Príncipe e da Zona da Antiga Lota, ou a Pista de Pesca Desportiva na Pateira em Requeixo”.

Socialistas preocupados com “flexibilidade”

Os vereadores do Partido Socialista, que votaram contra, levantaram alguns reparos ao documento. Manuel Sousa mostrou-se preocupado com “uma falta de abordagem ao centro histórico de Aveiro” e também como aquilo que suspeita ser “flexibilidade a mais” do documento. O vereador apontou a repetida referência a termos como “preferencialmente” e “em princípio” no texto do PDM, argumentando que o PS não se revia nesta “flexibilidade”.  

Ribau Esteves refutou os reparos e, no final, fez questão de reparar que a revisão do PDM “é a segunda grande reforma na gestão do município” feita pela equipa que lidera. A primeira foi a restruturação orgânica e financeira da câmara, destacou.

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