Um bicho que morde online a curiosidade das crianças a partir dos sete anos

Que Bicho Te Mordeu? Eis um espaço na internet pensado para os mais pequenos, onde o mais importante é aguçar a curiosidade sobre o mundo que os rodeia.

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O espaço é pensado para que as crianças sejam o consumidor final Stem.T4L /Unsplash

Chama-se Que Bicho Te Mordeu e acaba de nascer em forma de site, com presença nas redes sociais Facebook e Instagram, para despertar a curiosidade dos mais novos, explorando temas que vão desde os direitos humanos até aos cuidados a ter com o ambiente, sempre da forma menos óbvia e tirando partido da narrativa.

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Que Bicho Te Mordeu é uma “ideia antiga” de Kátia Catulo, autora do site e jornalista freelancer desde 2016. Um projecto, explica a própria ao Culto, que foi tomando forma à medida que lhe iam chegando estagiários às redacções por onde passou. Em alguns, comenta, sentiu “uma fraca cultura geral”. Ou, até mais preocupante, “desinteresse em aprender”. O problema estava identificado, mas as razões eram pouco claras. 

Até porque, como sublinha Kátia Catulo, isto acontece numa altura em que “o mercado dos livros infantis está em permanente crescimento”, em que “os pais estão mais conscientes” do que nunca e que “as crianças são muito estimuladas”. Tudo somado, a jornalista, de 48 anos, ponderou que talvez houvesse alguma lacuna no período em que a curiosidade está mais aguçada. Porém, acabou por deixar cair a primeira infância, tendo em conta os muitos projectos já existentes, e concentrou-se naquela idade em que os miúdos já podem, por eles, ler e procurar informação. Assim, os conteúdos, que usam uma linguagem simples, indicada para crianças, “mas não infantilizada”, foram criados no sentido de serem os mais pequenos, inicialmente através dos pais, professores ou avós, os consumidores finais da informação publicada.

Pelo site, que nasceu no dia 7 de Setembro, depois de dois anos de investimento de todo o tempo que sobrava entre os trabalhos acumulados como freelancer (Kátia Catulo colabora, actualmente, com os jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias), há Bichos Carpinteiros, uma secção em que explora as histórias de pessoas inspiradoras, como Josefa de Óbidos, a primeira pintora portuguesa a conquistar espaço entre um meio artístico sobretudo masculino, ou Eugene Lazowski, o médico que se fez valer da ciência, criando uma falsa epidemia de tifo, para salvar uma cidade inteira dos nazis. 

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Como a idade o exige, há também uma Enciclopédia dos Porquês: porque cheiram tão bem os livros?; porque são os pigmeus baixinhos?; porque há engarrafamentos sem causa nenhuma?; Porque gostam os abutres de cadáveres?; porque tem o corpo humano partes inúteis?... E outras mais, que estão por vir. No futuro, confessa a jornalista, gostaria de responder aos porquês dos seus pequenos leitores: “Gostava muito que, numa fase posterior, houvesse essa interacção.”

E a vontade de interagir com quem está do outro lado do ecrã não se fica pelas crianças. Para a secção Bichos no Sótão, onde recorre a memórias para contar o mundo de outrora (a história do leão de Rio Maior ou a importância da moda dos chumaços), gostaria de poder contar com os pais e os avós, partilhando as histórias destes sobre os seus primeiros dias de escola ou de como eram vividas as férias de Verão, entre milhares de recordações em forma de tesouros.

Por fim, porque nisto da curiosidade não são apenas as letras que interessa, há o Bichinho das Contas: quantas cores tem o mundo?; quantas caretas faz o rosto humano?; quantas memórias cabem no cérebro?...

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O espaço Que Bicho Te Mordeu nasce ainda com um microsite associado, pensado para pais, avós, tios, padrinhos, educadores de infância ou professores, onde Kátia Catulo publica estudos científicos e temas sobre crianças e família, criteriosamente seleccionados, que possam ajudar na tarefa de estimular a curiosidade dos pequenos.

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