China já investiu mais de 18 mil milhões em Angola

A China é a maior parceira comercial de Angola. O país asiático absorve 61,56% das exportações de petróleo angolano.

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Nuno Ferreira Santos

O volume do investimento chinês em Angola ultrapassou já os 20 mil milhões de dólares (18,1 mil milhões de euros à taxa de câmbio actual) estimou Gong Tao, embaixador da China no país, esta terça-feira, 10 de Setembro. Segundo o mesmo, a dívida de Angola para com o seu país “tem vindo a diminuir”.

Em conferência de imprensa, Gong Tao afirmou que “nos últimos anos” a China é dos principais países a investir em Angola “e segundo estatísticas incompletas, até agora, o volume do investimento chinês no mercado angolano já ultrapassou 20 mil milhões de dólares norte-americanos”.

Nos últimos 17 anos, os investimentos chineses em Angola permitiram construir e reparar 2.800 quilómetros de ferrovia, 20 mil quilómetros de estradas, construir 100 mil habitações sociais e mais de 100 escolas e 50 hospitais, contabilizou o embaixador. Segundo Gong Tao, as obras que contaram com a “participação activa” de cidadãos chineses, sobretudo depois do final do conflito armado angolano, em 2002, no quadro das relações bilaterais, servem para “consolidar a base do desenvolvimento económico” de Angola.

O diplomata deu ainda conta da redução da dívida de Angola para com a China. Em 2017 a dívida situava-se nos 23,3 mil milhões de dólares (21,1 mil milhões de euros), baixando para 22,8 mil milhões (20,7 mil milhões de euros) em 2018. Estes valores resultaram de um relatório do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, pedido pela embaixada.

Segundo a agência noticiosa Lusa, a China é o maior parceiro comercial de Angola. Os dois países mantêm relações diplomáticas há 36 anos e cooperam nas áreas de exploração de petróleo, agricultura, fábrica de aços e matérias de construção, sectores que “estimulam” o gigante asiático a “reforçar a cooperação com o país africano”. O país asiático absorve 61,56% das exportações de petróleo angolano, sendo assim o principal destino deste, seguido pela Índia e Espanha com 11,05% e 3,80% respectivamente.

Para o diplomata chinês, Angola é um país com um “grande potencial para o desenvolvimento”. Gong Tao realçou a necessidade do investimento directo no país como “medida muito importante” para promover o desenvolvimento económico e social e aumentar a capacidade de exportação.

Gong Tao assegurou que o seu país vai continuar a seguir a cooperação de investimento “de acordo com as necessidades da parte angolana” e, especialmente, dar apoio de financiamento “para aqueles projectos que têm capacidade de reprodução”, avançou a Lusa. “Estou convencido que sob o esforço do Governo angolano o ambiente de negócios em Angola vai ter a sua melhoria contínua e vai chamar mais e mais investidores e empresários chineses a apostar em Angola”, notou.

Porém, o diplomata chinês não deixou de demonstrar as suas preocupações. Ao recordar os “crimes de assaltos e raptos contra investidores” chineses em Angola, o embaixador avisou que a melhoria do ambiente de negócios em Angola passa por uma garantia de segurança dos investidores.

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