PJ desmantela grande rede de contrafacção de moeda mas alerta que várias notas ainda circulam

Líder da rede seria um português a viver na Colômbia expulso e detido em Portugal juntamente com outras quatro pessoas. Esta era uma das maiores redes de contrafacção de moeda na Europa e operava desde o início de 2017.

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Rui Gaudêncio

A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou uma das maiores redes de contrafacção de moeda da Europa, comercializada através da designada darknet. As notas contrafeitas foram apreendidas em praticamente todo o espaço europeu, com maior incidência em França, Alemanha, Espanha e Portugal, atingindo um valor superior a um milhão e 300 mil euros.  Ao mesmo tempo alertou que ainda estão a circular várias centenas de notas falsas, mesmo após o desmantelamento. A rede operava desde o início de 2017.

Cinco pessoas foram detidas, entre os quais o presumível líder deste grupo criminoso, um cidadão português residente na Colômbia desde meados de 2018, informa a PJ num comunicado. O suspeito, com antecedentes por crimes diversos, foi detido na Colômbia no âmbito de um mandado de detenção Internacional emitido pelas autoridades portuguesas, através da “estreita colaboração com as autoridades colombianas”. O comunicado explica que as autoridades da Colômbia “procederam à expulsão do país” deste cidadão, detido pela PJ já em Portugal.

Em conferência de imprensa, nas instalações da PJ em Lisboa, o coordenador da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNCCT) explicou que a rede produziu milhares de notas de euros falsas “com muito boa qualidade”, e que a maquinaria apreendida foi encontrada em casas.

“Apesar da apreensão de milhares de notas contrafeitas, é muito comum que nos próximos meses ainda haja a circular algumas notas que vão sendo apreendidas”, afirmou.

A operação, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, teve a colaboração da EUROPOL. Decorreu no âmbito de inquérito a correr termos no DIAP de Lisboa e teve a participação do Laboratório de Polícia Científica, de acordo com a informação da PJ.

“Foram realizadas oito buscas, domiciliárias e não domiciliárias, e apreendidas 1833 notas falsas (1290 notas de 50 euros e 543 de dez euros), perfazendo um total de 69.930 euros”, lê-se no comunicado. Foram ainda apreendidos vários objectos relacionados com a produção das notas, como computadores, impressoras, papel de segurança com incorporação de filamento de segurança, hologramas e bandas holográficas auto-adesivas, tintas ultravioleta, tinteiros, entre outros.

Três homens (entre os quais o cidadão expulso da Colômbia) e duas mulheres, com idades compreendidas entre os 26 e os 63 anos, foram detidos e indiciados pelos crimes de contrafacção de moeda e associação criminosa.

Segundo explica a PJ, as notas falsas eram publicitadas num dos principais mercados da darknet. As encomendas eram recebidas tanto através de mensagens privadas no referido mercado, como através de plataformas de conversação encriptadas.

“Posteriormente, após o respectivo pagamento, em regra efectuado através de moeda virtual, as notas eram enviadas por via postal, a partir de Portugal, local onde se encontravam a ser produzidas”, acrescenta o comunicado.

A elevada qualidade das notas produzidas por esta rede criminosa era reconhecida por todos os compradores, assente na utilização de papel de segurança com incorporação de filamento de segurança, hologramas e bandas holográficas auto-adesivas, tintas ultravioleta, marca de água e talhe doce.

Na sequência da apresentação às autoridades judiciárias e judiciais competentes, para realização do primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coacção, os cinco arguidos ficaram sujeitos à medida de prisão preventiva.

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