Uma homenagem a 12 mulheres portuguesas que marcaram as ciências

“E contudo, elas movem-se! Mulheres e ciência” é o nome da exposição, patente na Reitoria da Universidade do Porto até 29 de Outubro. O retrato de Leopoldina Ferreira Paulo, a primeira mulher a doutorar-se na UP, será o primeiro de uma mulher no salão nobre da instituição.

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Universidade do Porto

A reitoria da Universidade do Porto vai, a partir desta terça-feira, 10 de Setembro, e até 29 de Outubro, ser “casa” de uma exposição sobre 12 mulheres portuguesas que, apesar de “esquecidas na história”, tiveram um “papel relevante” no domínio das ciências.

Em declarações à Lusa, Fátima Vieira, vice-reitora da Universidade do Porto (UP) para a cultura e museus, afirmou que a exposição pretende mostrar “o retrato e a história de vida” de 12 mulheres que, desde o final do século XIX, se destacaram na área das ciências, artes e saúde.

“A nossa preocupação é fazer um evento que promova a reflexão. Assumimos como lema da Casa Comum esta ideia de que a universidade tem a capacidade de transformar a cidade e o que queremos é trazer o público à academia”, frisou.

O ciclo “E contudo, elas movem-se! Mulheres e ciência”, que arranca esta terça-feira com a inauguração de uma exposição nas arcadas da reitoria da UP, vai homenagear, entre outras figuras, a médica ginecologista Adelaide Cabete (1867-1935), Carolina Beatriz Ângelo (1878-1911) — a primeira mulher a votar em Portugal — e Leopoldina Ferreira Paulo, a primeira mulher a doutorar-se na Universidade do Porto.

Para Fátima Vieira, um dos momentos mais “significativos” deste ciclo vai ser a homenagem a Leopoldina Ferreira Paulo com a colocação do seu retrato no salão nobre da UP. “Vai ser o primeiro retrato de uma mulher no salão nobre, que, actualmente é composto por homens. Com esta homenagem vamos fechar um ciclo, mas, ao mesmo tempo, vamos abrir uma nova era”, salientou.

Além da exposição, o programa do ciclo “E contudo, elas movem-se! Mulheres e ciência” conta com 25 diferentes actividades, desde mesas-redondas, conversas informais, conferências, ciclos de cinema e lançamentos de livros. “Todas as sessões vão ser na Casa Comum da reitoria, o que também reflecte a nossa vontade de pensar no lugar da mulher neste espaço da academia”, concluiu.

O programa, liderado pelo Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa e pela Reitoria da Universidade do Porto, prossegue até 29 de Outubro e vai assinalar o contributo destas 12 mulheres, destacando os obstáculos que tiveram de ultrapassar para serem reconhecidas no contexto académico e profissional.

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