Portugal é o quarto país da UE onde se compram mais veículos eléctricos

Dados constam do relatório da Federação Europeia dos Transportes e Ambiente. Associação Zero, parceira do estudo, defende reforço nas verbas do Fundo Ambiental destinadas a subsidiar a compra de veículos eléctricos, já que os apoios estão esgotados a quatro meses do final do ano.

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André Rodrigues

Portugal tem o melhor desempenho da União Europeia (UE), a par com a Holanda, na redução das emissões de dióxido de carbono, tendo em conta os veículos novos comprados no país, revela um relatório da Federação Europeia dos Transportes e Ambiente. O documento defende que as políticas tributárias dos Estados têm influência significativa no comportamento dos consumidores. A associação ambientalista Zero, que é parceira do estudo, diz que Portugal pode fazer mais neste domínio.

De acordo com o relatório da Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E, na sigla internacional), se apenas for tida em consideração a frota de novos veículos, as emissões portuguesas são as mais baixas da toda a UE (106 gramas de dióxido de carbono por quilómetro). A Holanda surge empatada com Portugal neste indicador. No outro extremo, Estónia e Luxemburgo apresentam as emissões mais elevadas (140 gCO2/km).

Portugal é o quarto país da União onde se compram mais veículos eléctricos. Estes indicadores vão ao encontro dos dados mais recentes da Associação do Comércio Automóvel de Portugal: nos primeiros sete meses do ano foram colocados no mercado 4341 carros eléctricos, o dobro face a igual período do ano passado. De resto, a T&E aponta Portugal entre os países europeus com as maiores frotas de veículos eléctricos e também de veículos de menores dimensões.

Em sentido contrário, o país continua a ser um dos que têm uma percentagem mais elevada de veículos a gasóleo, acima dos 50% — Itália e Irlanda têm indicadores semelhantes. Já a Holanda tem a percentagem mais baixa (12%), seguindo-se a Finlândia (22%).

A Holanda é, de resto, apontada no estudo da T&E como um caso paradigmático das mudanças necessárias para reduzir as emissões de dióxido de carbono nos transportes. Este país “costumava ter uma das maiores emissões de CO2 de carros novos na UE”, mas “aumentou radicalmente a tributação de veículos” de modo a reduzir “drasticamente” as emissões, lê-se no relatório.

“As políticas tributárias nacionais têm uma influência significativa nos carros que são vendidos. Os governos podem fazer muito mais para incentivar os compradores a escolher modelos mais eficientes e eléctricos”, sublinha a T&E.

A Zero, que faz parte da T&E, defende que a “emergência climática” obriga os governos a acelerar “o fim das vendas de veículos de combustão interna” para fazer a transição para tecnologias mais limpas. A associação ambientalista lembra que, tal como o PÚBLICO noticiou no mês passado, os incentivos para a compra de veículos ligeiros através do Fundo Ambiental estão esgotados a quatro meses do final do ano. Por isso, entende que “deveria haver um ajustamento para suportar todas as candidaturas válidas que sejam apresentadas ainda este ano”.

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