Mulher indiana de 74 anos dá à luz gémeas

Casal idoso recorreu a fertilização in vitro e o parto foi feito de cesariana. Tudo indica que é a mais velha do mundo a dar à luz. Sociedade de Reprodução Assistida da Índia põe em causa ética deste processo.

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Pai, de 82 anos, apresenta as crianças aos jornalistas REUTERS

Uma mulher indiana com 74 anos deu à luz gémeas, no estado de Andhra Pradesh​, no sul do país. As bebés nasceram na quinta-feira, por cesariana. O médico da idosa, Uma Shankar, confirmou aos jornalistas que a mãe e as filhas se encontram bem de saúde. Tudo indica que Erramatti ​Manngayamma será a mulher mais velha do mundo a alguma vez ter dado à luz, superando o caso de Daljinder Kaur que, em 2016, foi mãe de um rapaz aos 72 anos. 

“A cirurgia correu bem. Tanto a mãe como as crianças estão bem e não têm quaisquer complicações. Contudo, a senhora foi levada para a unidade de cuidados intensivos para recuperar do stress das últimas horas”, explicou o médico, citado pelo Hindustan Times.

As meninas são as primeiras filhas de Erramatti Mangayamma, que recorreu a fertilização in vitro. Como teve a menopausa há 25 anos, foi necessário utilizar um óvulo de uma dadora, fertilizado com esperma do marido, Sitarama Rajarao, de 82 anos.

“Acho que não haverá complicações de saúde no período pós-parto. Porém, a senhora não conseguirá amamentar as crianças. Conseguiremos alimentá-las através do banco de leite”, adiantou Uma Shankar.

A mulher tentou engravidar durante décadas, sem sucesso. Quando tomou conhecimento do caso de uma vizinha, com 55 anos, que recorreu com sucesso à fertilização in vitro, ficou com esperança. Citada pelo Guardian, a idosa revela ter sido alvo de discriminação durante toda a sua vida, por nunca ter conseguido engravidar. “Chamavam-me a mulher sem filhos. Tentámos muitas vezes, fomos a vários médicos, portanto este é o momento mais feliz da minha vida”, exultou.

Apesar do feito científico, nem todos estão de acordo com o parto. O Times of India escreve que dezenas de médicos se mostraram contra a fertilização in vitro usada num casal tão idoso, considerando-a “eticamente incorrecta”.

“Apelamos aos profissionais de saúde da Índia que se abstenham de realizar práticas negligentes, que podem pôr as vidas dos nossos pacientes em risco, dos seus descendentes e de gerações futuras”, afirmou Jaideep Malhotra, presidente da Sociedade de Reprodução Assistida Indiana.

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