Uma teenager separa Serena de igualar o recorde de Court

A tenista norte-americana vai tentar conquistar o 24 título do Grand Slam. Pela frente terá Bianca Andreescu, a revelação da temporada.

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Andreescu LUSA/JUSTIN LANE

Faz no domingo exactamente 20 anos que uma teenager de missangas no cabelo e um ténis extremamente agressivo conquistou o Open dos EUA. Nem a própria poderia adivinhar que, em 2019, a poucos dias de completar 38 anos, iria estar novamente a disputar o derradeiro encontro do maior torneio do seu país e um dos maiores do mundo – é o maior intervalo alguma vez registado entre uma primeira e a mais recente final de um major. Só que Serena Williams é uma força da natureza e, dois anos depois de dar à luz a pequena Alexis Olympia, vai procurar igualar o recorde de Margaret Court, de 24 títulos do Grand Slam. O papel de teenager na final de sábado cabe, este ano, a Bianca Andreescu, a grande revelação do ténis feminino de 2019.

“Aos 17 anos, pensava certamente que iria retirar-me aos 28, 29, e ir à minha vida. Pensaria que seria uma piada de mau gosto ainda estar a jogar aos 37. É espantoso regressar com uma criança e vencer porque é duro. O meu dia de folga é passado com ela, a fazer actividades com ela, não quero que ela me esqueça. Mais do que tudo, sou uma mãe a tempo inteiro”, frisou Serena Williams, após derrotar a ucraniana Elina Svitolina (5.ª no ranking WTA), por 6-3, 6-1, e igualar Chris Evert ao somar a 101.ª vitória no Open dos EUA.

Svitolina pode queixar-se das oportunidades falhadas, nomeadamente os seis break-points que desperdiçou no set inicial. Depois disso, Serena jogou de forma ainda mais solta.

Serena perdeu as três últimas finais do Grand Slam que disputou, desde o regresso à competição em Janeiro de 2018. “Existem sempre muitas emoções, altos e baixos, nervos e expectativas. É muito”, explicou a veterana, prevendo a sua 33.ª final do Grand Slam e 10.ª no Open dos EUA.

Quem parece estar imune às emoções é Bianca Andreescu que, há um ano, figurava no 208.º lugar do ranking e perdia na primeira ronda do qualifying do Open dos EUA e este ano, na primeira presença num quadro final de um Grand Slam, vai discutir o título. “Sempre sonhei com este momento desde pequena, mas poucas pessoas pensariam que iria ser uma realidade”, admitiu a canadiana.

Imitando Svitolina na meia-final anterior, Belinda Bencic (13.ª) também não aproveitou as seis oportunidades de break de que dispôs no set inicial. Pior: a suíça que só tinha somado nove erros directos em 12 jogos, cometeu mais três, incluindo uma dupla-falta, nos três primeiros pontos em que serviu no tie-break, permitindo que a canadiana chegasse a 5/0.

A suíça deu sinais de estar mentalmente mais forte ao reagir bem e quebrar Andreescu (15.ª) por duas vezes. Contudo, a servir a 4-1, cometeu duas duplas-faltas abrindo caminho para o break e ao regresso da adversária à discussão do set. Andreescu foi crescendo e com o apoio do público igualou (5-5) e ganhou o ascendente do encontro, que concluiu poucos minutos depois, por 7-6 (7/3), 7-5.

“Apenas continuei a acreditar em mim, mas naquele momento após o match-point eu estava em choque. No entanto, lutei muito para chegar a este ponto, por isso, penso que mereço estar na final”, afirmou Andreescu, dotada de uma enorme auto-confiança, pouco comum numa jogadora de 19 anos.

Independentemente do desfecho da final, esta será o corolário de uma época iniciada com a presença na final de Auckland, depois de passar pelo qualifying – usa o mesmo elástico do cabelo no braço direito como amuleto – e teve como ponto altos a conquista dos torneios de Indian Wells e Open do Canadá. Em resumo, Andreescu está numa série vitoriosa de 13 encontros, após uma paragem de dois meses devido a uma lesão no ombro direito – o último encontro completo que perdeu, data de 1 de Março.

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