Imprensa Nacional revê 250 anos de vida numa exposição a olhar para o futuro

Indústria, Arte e Letras. 250 Anos da Imprensa Nacional é o título da exposição, que vai ficar patente, até 24 de Novembro, no Picadeiro Real do Antigo Colégio dos Nobres, em Lisboa. A coordenação científica é da historiadora Inês Queirós.

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A Imprensa Nacional - Casa da Moeda tem sede em Lisboa Mário Lopes Pereira

A Imprensa Nacional, editora pública de Portugal, vai celebrar 250 anos de vida recordando um passado dedicado à indústria, às artes e letras, olhando para o futuro, numa exposição que é inaugurada esta sexta-feira, em Lisboa. Intitulada Indústria, Arte e Letras. 250 Anos da Imprensa Nacional, a mostra dedicada à história da empresa pública percorre dois séculos e meio de actividade editorial, artística e industrial, de acordo com a informação divulgada em comunicado, esta quinta-feira.

A exposição, com entrada gratuita, estará aberta ao público até ao dia 24 de Novembro, no Picadeiro Real do Antigo Colégio dos Nobres, junto ao Museu Nacional de História Natural e da Ciência e ao Jardim Botânico de Lisboa. Organizada em 10 núcleos, que seguem uma narrativa cronológica, a mostra “cruza várias dimensões que, não constituindo linhas temáticas, são transversais a toda a leitura histórica, do seu percurso industrial à actividade editorial, da sua dimensão artística ao seu papel formador na área das artes gráficas”.

Indústria, Arte e Letras. 250 Anos da Imprensa Nacional vai destacar “o desempenho de uma missão pública que foi sendo condicionada por diferentes contextos políticos, mas que lhe conferiu sempre um papel estratégico”, acrescenta o comunicado. Além da história que remonta à sua criação por alvará régio, em 1768, a evocação dos 250 anos da Imprensa Nacional também olha para o futuro, abordando os desafios de inovação, sobretudo os associados à impressão gráfica de segurança e ao acesso ao conhecimento na era digital.

O director da Unidade de Edição e Cultura da Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Duarte Azinheira, é citado no comunicado: “A exposição é um olhar sobre a história da Imprensa Nacional, a dos primeiros 250 anos, e [sobre] o papel crucial que temos tido na divulgação da cultura nacional e na disseminação da língua portuguesa”. “Mas estamos também já de olhos postos no futuro. Temos feito um esforço por investir em inovação e na adaptação da organização às novas exigências do mercado, com a convicção de que esta instituição [centenária], e as pessoas que a constituem, continuarão a demonstrar a resiliência necessária para construir o nosso futuro”, acrescenta o director.

A Imprensa Nacional está a dinamizar um programa alargado de iniciativas para comemorar os 250 anos, que integra actividades editoriais, culturais e de valorização do património histórico, abordando a sua história desde a sua fundação até à actualidade. O programa de comemorações envolve diversos parceiros e destina-se ao público em geral.

A Imprensa Nacional é a editora pública em Portugal, agente cultural e de disseminação da língua e da cultura portuguesas, sendo também responsável pela publicação do Diário da República electrónico, e pela produção de livros, publicações, impressos, boletins, entre outros documentos de segurança.

A historiadora Inês Queirós é a coordenadora científica da exposição, que foi desenhada pelo atelier dos arquitectos Aires Mateus e pela FBA, de Ferrand Bicker & Associados.

Os núcleos que constituem Indústria, Arte e Letras. 250 Anos da Imprensa Nacional vão da fase inicial, na viragem do século XVIII para o século XIX, com as raízes da Régia Oficina Tipográfica [1768-1801] e Da Impressão Régia à Imprensa Nacional [1802-1838], seguindo até à actualidade, pelo século XX, Da Ditadura ao Estado Novo [1926-1945] e à Reorganização [1945-1968], pelos anos que antecederam o 25 de Abril, com Empresa Pública e Fusão [1969-1974], e os que se seguiram a Abril, com Democracia [1974-...], até abordar o Presente e Futuro.

Entre estes pólos temporais, os núcleos temáticos abordam ainda A Era Dourada [1839-1870], Entre Ideias de Progresso e Sinais de Alarme [1871-1910], que vão até à queda da monarquia e à implantação da República, e a Impressão Republicana [1910-1926], do primeiro quartel do século XX, que antecedeu a instauração da Ditadura.

“Através de memórias, equipamentos, livros e documentos históricos, a exposição dá a conhecer a história da fundição de tipos, das oficinas de tipografia, de impressão, de gravura e de litografia, do património tecnológico e editorial e ainda do ensino técnico e artístico”, que também fez a instituição.

A Imprensa Nacional foi criada em 1768 por D. José I e, em 1972, integrou a Casa da Moeda, passando a Imprensa Nacional - Casa da Moeda (INCM), que tem a seu cargo a produção de bens e serviços essenciais ao funcionamento do Estado português.

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