Temperaturas em Agosto foram “superiores ao normal”

Agosto foi mais frio do que o normal? Apenas a primeira quinzena. Nas médias do mês, a temperatura máxima e média foram superiores ao normal.

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PAULO PIMENTA/ Arquivo

Aquele que é tradicionalmente o mês mais quente do ano em Portugal pode ter parecido mais frio do que o normal, mas as médias mostram o contrário. A temperatura média sentida no continente durante o mês passado foi “superior ao normal” apesar das disparidades entre a primeira e a segunda quinzena do mês​, indica o boletim meteorológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) divulgado nesta quarta-feira.

A primeira quinzena do mês foi, de facto, mais fria do que a média. “De destacar os valores de temperatura mínima, no período de 11 a 14, e da temperatura máxima, no período de 7 a 11, que estiveram muito abaixo do normal”, realça o IPMA no boletim. O normal é estabelecido, explica o instituto, pelos valores médios no período 1971-2000.

No entanto, a situação meteorológica alterou-se na recta final do mês e a temperatura foi, em média, mais alta do que o normal, apesar de se registarem “acentuadas variações diárias”. O tempo esteve mais quente na segunda quinzena, mas não se verificaram “períodos prolongados (superiores a 5 dias)” de tempo excepcionalmente quente “como se registou nos três anos anteriores”

Ao longo do mês de Agosto, a temperatura média foi “superior ao normal”: rondou os 22,53ºC, aumentando 0,38ºC face ao normal. Por comparação, a média do ano passado (o segundo mês de Agosto mais quente desde 2003) foi quase 2,35ºC mais elevada face ao normal.

A temperatura máxima mensal de 2019 foi quase 1ºC superior ao normal (0,90ºC): registaram-se 29,70ºC, um valor que apenas ocorre em “em cerca de 28% dos anos desde 1931”. Mas a temperatura mínima foi, no entanto, inferior ao normal, e situou-se nos 15,36.ºC.

Quanto aos valores da precipitação, choveu mais do que o normal: registaram-se mais 2,5 mm de precipitação do que no mesmo mês noutros anos. No entanto, houve diferenças acentuadas na distribuição ao longo de Portugal continental. Se no Norte e Centro do país se verificaram, nos dias 25 e 26, “valores diários de precipitação superiores a 20 mm”, no Alentejo e no Algarve não choveu durante todo o mês.

Portugal continental manteve situação de seca meteorológica

De acordo com o mesmo boletim do IPMA, a generalidade do território continental manteve-se em situação de seca meteorológica, registando-se um “ligeiro desagravamento em alguns locais das regiões do norte e centro”.

De acordo com índice meteorológico de seca (PDSI), no final de Agosto, 34,3% de Portugal continental estava em seca fraca, 29,6% em seca moderada, 22,9% em seca severa, 12% em seca extrema e apenas 1,2% em situação normal.

Em relação a Julho, verificou-se, no final de Agosto, uma diminuição da percentagem de água no solo em quase todo o território, “com valores iguais ou próximos ao ponto de emurchecimento permanente” – ou seja, valores elevados de desidratação da vida vegetal, que murcha.

O instituto prevê nove classes no índice meteorológico de seca, que varia entre “chuva extrema” e “seca extrema”.

De acordo com o IPMA, existem quatro tipos de seca: meteorológica, agrícola, hidrológica e socioeconómica. A seca meteorológica está directamente ligada ao défice de precipitação, quando ocorre precipitação abaixo do que é normal. À medida que o défice vai aumentando ao longo de dois, três meses, passa para uma seca agrícola, porque começa a haver deficiências ao nível da água no solo. Se a situação se mantiver, evolui para seca hidrológica, quando começa a haver falta de água nas barragens. No limite, chega-se à seca socioeconómica, quando a seca começa a ter impacto na população.

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