Este ano não há discursos no 5 de Outubro

O facto de o dia comemorativo da Implantação da República coincidir com o período de reflexão eleitoral faz alterar cerimónia em Lisboa, o que deve estender-se a outros pontos do país.

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Nuno Ferreira Santos

As tradicionais cerimónias comemorativas da Implantação da República Portuguesa na Câmara Municipal de Lisboa (CML) serão este ano feitas de forma discreta e sem discursos. O facto de o 5 de Outubro coincidir com o dia de reflexão para as eleições legislativas, que terão lugar no dia seguinte, obriga a que a cerimónia evocativa seja reduzida e sem intervenções públicas. Marcelo Rebelo de Sousa deverá deslocar-se à CML e içar a bandeira de Portugal na varanda da autarquia. Tudo o resto será feito de forma discreta no interior da câmara. Habitualmente, neste dia, os discursos estão a cargo do Chefe de Estado e do presidente da autarquia alfacinha.

O Presidente da República fará, nessa noite, a habitual mensagem aos portugueses de apelo ao voto.

Na autarquia lisboeta, as comemorações dos 109 anos da Implantação da República, que habitualmente contam com a presença dos líderes dos principais partidos, deverá também ter este ano uma reduzida lista de convidados. Marcelo Rebelo de Sousa estará, aliás, fora do território nacional na maior parte desse dia, já que se deslocará ao Vaticano para assistir à cerimónia do cardinalato do padre José Tolentino de Mendonça pelo Papa.

Marcelo Rebelo de Sousa pediu, na terça-feira, autorização à Assembleia da República para se deslocar a Roma de 4 a 6 de Outubro, embora a viagem que está planeada deva acontecer só no dia 5. O chefe de Estado deverá partir de manhã, após a sua deslocação à CML, e regressar ao final da tarde. No dia das eleições legislativas, a 6 de Outubro, já se encontrará em Portugal, deslocando-se a Celorico de Basto para exercer o seu voto.

Nas presidências de Mário Soares e Jorge Sampaio as cerimónias do 5 de Outubro também foram canceladas ou alteradas por coincidirem com o período de reflexão eleitoral.

Em 2015, as comemorações da Implantação da República Portuguesa realizaram-se um dia depois da eleição dos deputados para a Assembleia da República. As cerimónias na CML tiveram lugar, mas o chefe de Estado da altura, Cavaco Silva, não participou, alegando a necessidade de “se concentrar na reflexão sobre as decisões” que teria de tomar nos dias seguintes.

Outras cerimónias comemorativas devem ser também alteradas em todo o país, uma vez que muitas delas contam com a participação de políticos nacionais e locais dos diversos partidos.

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