Dimitrov derrotou finalmente Federer

Búlgaro contornou uma lesão no ombro e uma série de maus resultados para chegar às meias-finais do US Open.

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LUSA/JASON SZENES

Foram sete os embates com Roger Federer em que Grigor Dimitrov não conseguiu mais do que ganhar dois sets. Mas no regresso aos oitavos-de-final de um Grand Slam, após um jejum de ano e meio, uma lesão no ombro e uma má série de resultados que o atiraram para o 78.º lugar do ranking à chegada ao US Open, o búlgaro conseguiu finalmente derrotar Federer. Foram precisos cinco sets e algum dramatismo, mas, aos 28 anos, Dimitrov vai disputar uma terceira meia-final num major na carreira.

“Os últimos seis, sete meses foram duros, mas tive sempre alguém em quem me apoiar. Continuei a acreditar no trabalho, na reabilitação do meu ombro. Houve muitas coisas a que tive de me adaptar num pequeno período de tempo. E, de repente, estamos quase no final da época e com um resultado destes. É muito especial”, frisou Dimitrov, depois do triunfo, por 3-6, 6-4, 3-6, 6-4 e 6-2.

Federer recebeu assistência médica, algo raro ao longo da sua carreira, e ausentou-se do court, mas o problema estava visivelmente a afectá-lo e os erros não forçados foram aumentando — 33 nos quarto e quinto sets, mais cinco que nos três iniciais —, enquanto os winners foram escasseando: apenas quatro na derradeira partida. Mas não se pode queixar de falta de oportunidades: o suíço precipitou-se na rede a 4-5, 30-30, logo depois de ter quebrado o búlgaro e acabou por ceder o segundo set. Mais: não aproveitou um 0-40 e cinco break-points a 4-5 do quarto set.

Dimitrov chegou a Nova Iorque com uma só vitória em oito encontros, incluindo derrotas diante de adversários classificados nos 84.º, 94.º e 405.º lugares do ranking. Na sexta-feira, repete a presença nas meias-finais de um major, depois de Wimbledon (2014) e do Open da Austrália (2017) — ano em que ocupou o terceiro lugar do ranking — defrontando Daniil Medvedev (5.º). Desta forma, é já certo que o US Open vai ter um jogador estreante em finais do Grand Slam.

Medvedev é o primeiro russo a atingir as meias-finais de um major desde 2010, graças à vitória, por 7-6 (8/6), 6-3, 3-6 e 6-1, sobre Stan Wawrinka (24.º) — “carrasco” de Djokovic.

Ao contrário de Dimitrov, Medvedev está com a mão quente e já ganhou 19 dos 21 encontros que realizou nos últimos 33 dias. Talvez por isso o russo tenha recebido assistência médica ainda durante o set inicial, devido a uma lesão no quadricípite direito, mas manteve uma eficácia elevada. “Foi um encontro mesmo estranho. Cheguei a pensar em desistir, mas estou muito contente por chegar às meias-finais de um major”, garantiu Medvedev.

Serena Williams (8.ª) necessitou de 44 minutos para derrotar, por 6-1, 6-0, Qiang Wang (18.ª) que “colapsou mentalmente”, segundo as palavras do seu treinador. Foi a 100.ª vitória da norte-americana no US Open e, se vencer a meia-final, frente a Elina Svitolina (5.ª), pode igualar a recordista Chris Evert.

Nas meias-finais está já Belinda Bencic (12.ª), que afastou a amiga Donna Vekic (23.ª), por 7-6 (7/5), 6-3, para alcançar o melhor resultado em Grand Slams, quatro anos depois de surgir nos quartos-de-final do US Open, com 17 anos. Depois de uma cirurgia ao pulso esquerdo que a atirou para fora do top 300, a tenista suíça já garantiu a reentrada no top 10, três anos após figurar no sétimo lugar.

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