Camionistas. Grupo de trabalho para estudar cargas e descargas reuniu-se pela primeira vez

Governo, transportadores, sindicatos, administrações portuárias têm quatro meses para produzir um relatório com recomendações. Empresas de distribuição falharam primeira reunião

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Andre Rodrigues

Foi uma das promessas que saiu dos encontros com o Governo, quando o Ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, reuniu empresas de transporte de mercadorias e sindicatos de motoristas para tentar pôr fim aos conflitos que os dividiam. O Governo prometeu que iria criar um grupo de trabalho para discutir a questão das cargas e descargas das mercadorias, sabendo, de antemão, que seriam muitos os problemas a debater.

O facto de motoristas serem obrigados a descarregar mercadorias quando o contrato a isso não os obriga, ou o tempo de espera a que são sujeitos para poderem entregar essas cargas, e como essa demora penaliza o horário de trabalho são apenas dois desses factores. Hoje teve lugar a primeira reunião na sede do MIH, estando o grupo de trabalho obrigado a apresentar um relatório quatro meses após a sua constituição.

Este grupo de trabalho é coordenado por representantes do MIH, e é integrado ainda por representantes do Ministério da Economia, do Trabalho e da Segurança Social e do Mar. Em nome das empresas estiveram a Antram e a Associação Nacional de Transportadores Portugueses. Do lado dos trabalhadores esteve o Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) e a Fectrans - Federação de Sindicatos de Transportes. 

O grupo de trabalho é constituído, ainda, por vários organismos e associações, públicas e privadas, como a Docapesca, a Associação de Portos de Portugal e a Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem (AIVE) e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED). Esta última organização não compareceu à primeira reunião, mas ela é considerada fundamental para contribuir para a resolução dos problemas, uma vez que é nos centros logísticos dos grupos de distribuição que tem havido muitas razões de queixa.

O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) não estava convocado para a reunião de hoje. Este sindicato mantém agendada para o dia 7 de Setembro, e para durar até dia 22, uma greve aos fins-de-semana e horas extraordinárias, e para a qual o Governo ainda não fixou serviços mínimos. De acordo com a lei, deve fazê-lo 48 horas antes do arranque da greve.

Entretanto, SIMM e Fectrans têm já marcadas as datas em que vão continuar a discutir com a Antram as cláusulas com que vão fixar no novo Contrato Colectivo de Trabalho dos Motoristas. A Fectrans tem reunião com a Antram no dia 9 de Setembro. O SIMM tem reunião marcada para dia 12. O SNMMP continua sem chegar a acordo com os patrões. 

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