Marcelo Rebelo de Sousa pede a partidos para reduzirem despesas na campanha

O Presidente da República alerta para o facto de o excesso de despesas poder não ser bem visto pelos eleitores e diz que o caminho é a redução da factura. Em declarações ao jornal i, Marcelo Rebelo de Sousa apelou aos partidos para considerarem estratégias de campanha alternativas, que não impliquem investimentos avultados.

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Marcelo Rebelo de Sousa LUSA/RODRIGO ANTUNES

O Presidente da República apelou aos partidos que se apresentaram às eleições legislativas para serem contidos nas despesas. Em declarações ao jornal i, Marcelo Rebelo de Sousa lembra que tentou dar o exemplo quando se candidatou à presidência, apresentando uma despesa total de 180 mil euros. Apesar de assinalar que ao longo dos anos os partidos têm procurado reduzir os seus gastos, o Presidente da República sublinha que “tudo o que façam para diminuir as despesas de campanha é positivo”. Para estas legislativas, os partidos apresentaram uma estimativa de despesas que ultrapassa os 8,1 milhões de euros. O Chefe de Estado desafia os partidos a reduzirem a factura e a procurarem formas alternativas de discutirem os seus programas eleitorais.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, a redução dos gastos dos partidos na campanha eleitoral pode traduzir-se na “aproximação dos cidadãos aos seus representantes”.

O Presidente considera ainda que hoje há “um escrutínio muito mais intenso dos cidadãos quanto aos gastos políticos” e um “legítimo juízo crítico” face ao valor das despesas que possam ser consideradas “um excessivo uso de meios”. 

Por isso, Marcelo Rebelo de Sousa — que na sua campanha eleitoral para as presidenciais não usou quaisquer cartazes — aponta a cobertura mediática “muito intensa” como alternativa para a apresentação de programas eleitorais, com recurso a meios que não existiam “há 20, 30 ou 40 anos”. “Além dos Tempos de Antena, há uma cobertura mediática muito intensa em matérias de entrevistas, de debates e de reportagens de iniciativas de pré-campanha e de campanha”, destaca.

“O acesso dos portugueses ao conhecimento dos partidos foi-se solidificando ao longo do tempo”, sobretudo num contexto em que os partidos estão “em constante clima de pré-campanha eleitoral”, disse ao i.

Quando se candidatou a Belém, Marcelo Rebelo de Sousa dispensou autocarros, brindes e cartazes e apresentou um orçamento de 157 mil euros, dos quais estimava ter despesas de 135 mil euros. A factura acabaria por chegar aos 180 mil euros, dos quais 114 mil euros foram gastos em agências de comunicação e estudos de mercado e 12 mil em propaganda eleitoral impressa e digital.

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