Papa Francisco nomeia novo cardeal português: D. José Tolentino Mendonça

Aos 53 anos, Tolentino Mendonça passa a ser o segundo membro mais jovem do Colégio Cardinalício.

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Nuno Ferreira Santos

O Papa Francisco anunciou este domingo no Vaticano a nomeação de José Tolentino Mendonça para cardeal, avança a agência Ecclesia.

O nome do arcebispo português foi o segundo a ser anunciado pelo Papa, após a recitação do Angelus, numa lista com 13 nomes que inclui colaboradores directos do Papa e responsáveis de várias dioceses do mundo, como o arcebispo de Jacarta e o arcebispo de Havana.

O arcebispo madeirense, que é actualmente bibliotecário e arquivista da Santa Sé, vai tornar-se assim no sexto cardeal português do século XXI e o terceiro a ser designado pelo Papa Francisco.

Aos 53 anos, passa a ser o segundo membro mais jovem do Colégio Cardinalício, logo após D. Dieudonné Nzapalainga, cardeal da República Centro-Africana, de 52 anos. Junta-se a D. José Saraiva Martins, D. Manuel Monteiro de Castro, D. Manuel Clemente e D. António Marto.

José Tolentino Calaça de Mendonça nasceu em Machico (Arquipélago da Madeira) a 15 de Dezembro de 1965; foi ordenado padre em 1990 e bispo em 2018. É também poeta, ensaísta e tradutor.

Foi convidado pelo Papa para orientar os exercícios espirituais da Quaresma para os responsáveis da Cúria Romana, incluindo o próprio Francisco, no ano passado, em Ariccia, perto de Roma. Meses depois foi nomeado arcebispo.

Dez novos cardeais eleitores

O consistório para a criação de 13 novos cardeais (10 eleitores) está marcado para 5 de Outubro, no Vaticano. Entre os 13 nomes anunciados pelo Papa há 10 que serão eleitores, ou seja, poderão ser chamados a escolher o sucessor de Francisco, num Colégio que conta actualmente como 118 eleitores, 57 dos quais escolhidos por Francisco. Fazem parte do Colégio Cardinalício também 197 cardeais com mais de 80 anos, que não têm direito a voto num eventual Conclave.

Além do português, entre os 10 novos cardeais que serão eleitores há outros quatro europeus: o espanhol Miguel Angel Ayuso Guixot, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso da Santa Sé; Jean-Claude Höllerich, arcebispo do Luxemburgo; Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha; e o espanhol Cristóbal López Romero, arcebispo de Rabat, em Marrocos. Mas há um peso de religiosos que “expressam a vocação missionário da Igreja”, como disse Francisco, vindos de África ou América Central, como
arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo, e o bispo de Huehuetenamgo, Guatemala.

O Papa escolheu ainda um padre jesuíta, o canadiano Michael Czerny, que actualmente é subsecretário da secção ‘Migrantes’ do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé e é conhecido pelo seu trabalho com migrantes e refugiados.

O bispo emérito de Benguela, Angola, Eugenio Dal Corso, é um dos três novos cardeais que não serão eleitores. Os outros são Michael Louis Fitzgerald, presidente emérito do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, e Sigitas Tamkevicius,  arcebispo emérito de Kaunas, Lituânia.

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