Outro português a “morrer na praia” na Vuelta

Este domingo será uma etapa essencial. Haverá montanha do início ao fim, nos Pirenéus andorranos, palco perfeito para uma quase garantida luta entre os principais favoritos à vitória na Vuelta.

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O pelotão da Vuelta LUSA/JAVIER LIZON

Rúben Guerreiro esteve quase a erguer os braços neste sábado, na etapa 8 da Volta a Espanha, mas, tal como Nélson Oliveira, na etapa 6, “morreu na praia”. O ciclista português, da Katusha, ficou em quarto lugar, numa etapa ganha por Nikias Arndt, da Sunweb, num sprint entre elementos da fuga do dia.

Na classificação geral, Nicolas Edet, da Cofidis, é o novo líder. A vantagem da fuga ficou acima dos nove minutos, bem mais do que os cerca de seis que o ciclista francês precisava para “roubar” a camisola vermelha a Miguel Ángel López. É a segunda vez que o ciclista da Astana perde a liderança neste Vuelta, mas a equipa cazaque parece ter provocado este desfecho: desta forma, não terá despesas de trabalho nas montanhas da primeira metade da etapa deste domingo.

Possibilidades variadas

A etapa de hoje prometia ser uma verdadeira “lotaria”. As casas de apostas apontavam Thomas de Gendt (especialista em fugas), Luka Mezgec (puncheur explosivo em subidas curtas) e Sam Bennett (sprinter) como possíveis vencedores. Daqui se depreende que era, de facto, uma etapa na qual vários tipos de ciclista poderiam vencer e, por extensão, vários tipos de corrida poderiam marcar o dia.

A etapa começou com as tradicionais tentativas de fuga, mas o grupo decisivo só vingou aos 20 quilómetros de corrida - e que grupo. Um lote de 21 (!) ciclistas conseguiu afastar-se do pelotão, entre os quais o português Rúben Guerreiro, mas também nomes fortes como Zdenek Stybar, Luis Léon Sánchez, Nikias Arndt ou Dylan Teuns.

A fuga chegou a rodar seis minutos à frente do pelotão, mas a diferença começou a cair, como esperado, no momento em que começaram a descoordenação e os ataques no grupo. O norte-americano Stetina foi o mais decidido no ataque, mas acabou por ser apanhado pelo estante grupo, no qual as despesas de perseguição foram, várias vezes, deixadas a cargo de Rúben Guerreiro.

A cerca de 15 quilómetros do final veio o mau tempo. A chuva e o vento fortes parecem ter “espicaçado” Guerreiro, que atacou no grupo, com Barceló, Araburu e Tusveld.

O quarteto foi apanhado a três quilómetros do final e, aí, até pela estrada molhada, emergiu o talento de Zdenek Stybar em terrenos difíceis. O checo também foi apanhado, ainda assim, e, já na recta da meta, o primeiro ataque foi de Rúben Guerreiro – sempre ele.

O sprinter Nikias Arndt acabou por vencer, com naturalidade, e Guerreiro, após ultrapassar a linha de meta em quarto lugar, não escondeu a frustração, depois de ter sido o ciclista mais audaz no grupo durante grande parte da etapa.

Este domingo será uma etapa essencial. Haverá montanha do início ao fim, nos Pirenéus andorranos, palco perfeito para uma quase garantida luta entre os principais favoritos à vitória na Vuelta. Nomes como Roglic (apesar de ainda haver contra-relógio mais para a frente), Valverde ou Quintana estarão garantidamente activos, mas ciclistas como Majka, Pogacar ou Chaves, já na casa dos dois minutos de atraso terão de “fazer pela vida” em Andorra. E Miguel Ángel López tem uma camisola vermelha para recuperar.

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