O mestre Ilídio salva livros há meio século

Começou a aprender a arte de encadernar aos 13 anos, viveu o Bairro Alto e Chiado literários e gráficos, entre alfarrabistas, encadernadores e livrarias. E não desiste: continua a trabalhar os livros, quer continuar a sua oficina e, seguindo a tradição de outros tempos, deixá-la para o filho.

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Quando entramos na pequena oficina de Ilídio António poderá parecer-nos que entramos num mundo em que só o papel parece ter sobrevivido ao apocalipse. Há um caos aparente, entre as pilhas de livros, obras desfeitas e páginas soltas, peles, colas de farinha e pastas, mas esse caos só o é aos nossos olhos. Esta oficina não é um museu. É, ainda e há muitas décadas, uma casa viva onde o que vemos está apenas a aguardar o momento em que Ilídio, com 66 anos, dê ordem a tudo, que remende e cosa, cole, trate de capas e lombadas. Este mundo de papel, entre clássicos e preciosidades, obras íntimas ou de valor pessoal, aguarda o seu restauro, a sua encadernação. “Com paciência”, uma qualidade máxima, segundo o mestre, para esta arte que será “sempre necessária”, mas que parece estar “infelizmente, em extinção”.

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