“Senti-me outra vez na faculdade”, afirma Santana Lopes depois de ter invadido a ERC

Líder da Aliança invadiu nesta terça-feira de forma pacífica as instalações da Entidade Reguladora da Comunicação Social em protesto. Diz que o seu partido está a ser ignorado pelos media e exige uma clarificação.

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Pedro Santana Lopes invadiu a ERC e forma pacífica Nuno Ferreira Santos

O presidente da Aliança, Pedro Santana Lopes, acompanhado por meia centena de militantes do partido, invadiu nesta terça-feira de forma pacifica as instalações da Entidade Reguladora da Comunicação Social, na zona de Santos, em Lisboa, revelou o jornal Expresso. Motivo: protestar pela forma como os órgãos de comunicação social estão a fazer a cobertura noticiosa de pré-campanha eleitoral para as legislativas de 6 de Outubro.

“Foi uma invasão pacífica. Senti-me outra vez um jovem. Senti-me outra vez na faculdade”, disse ao PÚBLICO Pedro Santana Lopes, já depois de deixar a ERC.

O líder da Aliança manifestou-se contra a forma como a campanha do seu partido está a ser acompanhada pelos órgãos de comunicação social que, diz, “não lhe dão um minuto de atenção”. E exige que a ERC estabeleça regras para a cobertura dos partidos sem assento parlamentar.

“Escrevemos à Comissão Nacional de Eleições e mandaram-nos para a ERC. E eu fui. Cheguei, disseram-me que não podia passar aquela linha [da entrada], mas eu passei. Subi por ali acima e esperei que alguém, algum dirigente, algum administrador, viesse falar comigo. Ninguém apareceu”, contou Santana Lopes. O presidente da Aliança diz que apenas falou “com dois funcionários, um motorista e um técnico superior”.

“A ERC tem de definir como é feita a cobertura da campanha. Que definam se temos direito a uma cobertura de um terço do PS ou um quinto do Bloco de Esquerda! Definam as coisas para nós sabermos o que fazer1 A verdade é que ninguém diz nada. Isto assim é um Estado de direito?”, pergunta o cabeça de lista do partido pelo círculo de Lisboa.

Santana Lopes lembrou ainda ao PÚBLICO que já nesta pré-campanha eleitoral fez oito semanas temáticas “e não apareceu uma televisão”. “Não deram um minuto. O primeiro-ministro vai todos os dias para a Estrada Nacional 2 falar sempre sobre a mesma coisa, o interior, e parece todos os dias nas televisões várias vezes. Estamos a lutar pela liberdade de imprensa, pelo direito de informar e de ser informado”, acrescentou.

O presidente da Aliança garantiu que ainda nesta terça-feira vai enviar cartas à Comissão Europeia, ao Parlamento Europeu, ao Conselho da Europa e a várias associações representativas dos órgão de comunicação social “a denunciar a situação”.

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