A voz da Cidadania e da Lusofonia no Parlamento

Assumindo, sem qualquer complexo, a nossa dimensão lusófona, não iremos, por isso, renegar a nossa condição europeia.

Aceitei o repto para encabeçar a lista do Nós, Cidadãos! pelo círculo “Fora da Europa” nas próximas eleições legislativas de 6 de Outubro. Aceitei esse repto porque, sem falsas modéstias (costumo dizer que a modéstia é uma virtude suspeita até prova em contrário), tenho um pensamento consolidado sobre o lugar de Portugal na Europa e no mundo, o que me permitirá fazer uma campanha assente em ideias fortes e novas, o que, como sabemos, é cada vez mais raro num tempo em que as eleições se tornaram quase por inteiro num mero espectáculo, sem qualquer espessura reflexiva. Sendo que, quanto a isso, os nossos media têm tido a sua dose de responsabilidade: por um lado, denunciam (bem) a ausência, em geral, de ideias fortes e novas no debate político; por outro, quando elas surgem, muitas vezes as ignoram de forma ostensiva.

O lema da campanha será “A voz da Cidadania e da Lusofonia no Parlamento” e nele se antecipam os dois valores maiores que irão nortear esta candidatura: o da Cidadania e o da Lusofonia. Também aí, sem falsas modéstias, tenho currículo: como membro fundador e um dos actuais vice-presidentes do Nós, Cidadãos! e membro activo de outras associações cívicas – nomeadamente, da PASC: Plataforma de Associações da Sociedade Civil. No que se refere à Lusofonia, sou Presidente do MIL: Movimento Internacional Lusófono desde a sua formalização jurídica (2010), decerto a instituição de referência na defesa da Lusofonia ao nível da sociedade civil, sou Director da NOVA ÁGUIA, uma revista que, semestre após semestre, desde 2008, valoriza, sem complexos, a cultura lusófona, e integro igualmente outras entidades que, de diversas formas, têm em vista esse horizonte.

Assumindo, sem qualquer complexo, a nossa dimensão lusófona, não iremos, por isso, renegar a nossa condição europeia. Somos, na Europa, o país com as mais antigas fronteiras. Não precisamos por isso de provar a quem quer que seja, de forma provinciana, que somos “bons alunos” europeus, como tem acontecido. Somos europeus sem nenhum complexo de inferioridade. Em muitos casos, não temos, porém, compatibilizado a nossa condição europeia com a nossa dimensão lusófona – o que tem sido um grande erro estratégico, o maior erro estratégico das últimas décadas. Temos, desde logo, de apoiar a diáspora portuguesa na Europa e no mundo, que tão ignorada tem sido pela nossa classe política, sendo que Portugal será tanto mais forte na Europa e no mundo quanto mais fortalecer os seus laços com os povos que partilham a nossa Língua, História e Cultura. Eis, em suma, a visão ampla e aberta sobre o lugar de Portugal na Europa e no mundo que iremos defender no Parlamento Nacional

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