No Bangladesh, as mulheres já não têm de dizer se são virgens ao casar

O Supremo Tribunal do Bangladesh decidiu que a pergunta sobre a virgindade deve ser substituída por outra sobre se já foi casada.

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As mulheres vão deixar de passar pela humilhação de dizerem nos documentos se são virgens Andrew Biraj/REUTERS

A palavra “kumari” em bengali quer dizer não casada, mas também virgem. E até agora, todas as mulheres tinham de responder a esta pergunta nos documentos de casamento. Uma questão considerada discriminatória das mulheres durante muitos anos que agora vai ser abolida.

O Supremo Tribunal do Bangladesh decidiu que “kumari” terá de ser substituída pela palavra “obibahita”, que inequivocamente quer dizer “solteira”, posição que foi recebida com entusiasmo pelas organizações de defesa dos direitos das mulheres que há muitos anos advogavam que a pergunta era humilhante para as mulheres.

 O caso demorou cinco anos a chegar à mais alta instância judicial do Bangladesh, desde que advogados das organizações de direitos humanos entraram com a acção.

“É um veredicto marcante”, disse Aynun Nahar Siddiqua, advogada envolvida no processo, citada pela BBC.

As mudanças serão introduzidas daqui a alguns meses, quando o veredicto na sua totalidade for publicado oficialmente.

Numa decisão paralela, o tribunal ordenou que também os noivos passem a partir de agora a dizer, tal como as mulheres, se são solteiros, divorciados ou viúvos.

O Bangladesh é o terceiro maior país muçulmano do mundo, com cerca de 90% dos seus 168 milhões de habitantes como professantes dessa religião.

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