Alerta para cidadãos confusos

Quem pensa que o propósito deste decreto-lei até é louvável, já que visa respeitar as diferenças, desengane-se. O projecto é muito mais ambicioso. A ideia é mesmo acabar com todas as bases da nossa sociedade.

Se está confuso, sem saber o que fazer nas próximas eleições, a fazer contas de cabeça sobre qual a melhor combinação para a próxima legislatura — Geringonça 2? PS com maioria absoluta? PS+PAN? —; se acha que isto são só contas de mercearia e que no fundo, no fundo, nada de substancial vai mudar, o Despacho 7247/2019 do Governo foi feito a pensar em si.

Na verdade, a Geringonça 1 foi apenas um pequeno aperitivo do que pode estar para ser servido ao país na versão cocktail explosive. E o que está prontinho a explodir é a nossa sociedade tal como ainda hoje a conhece.

Já em Setembro, quando os seus filhos regressarem à escola, prepare-os para um mundo novo. No ano lectivo 2019/2020, tudo é possível. Meninos nas casas de banho das meninas. Meninas nas casas de banho dos meninos. Meninos que podem ser meninas às segundas, quartas e sextas, e às terças e quintas são meninos outra vez. Mandam os alunos, acatam os professores. É proibido julgar ou avaliar, isso não é respeitador das diferenças.

Quem pensa que este decreto-lei é só mais um disparate ou uma originalidade e que o propósito até é louvável, já que visa respeitar as diferenças, desengane-se. O projecto é muito mais ambicioso. A ideia é mesmo acabar com todas as bases da nossa sociedade em nome, claro, de causas nobres. Mas a verdadeira causa tem séculos: confundir para reinar. Uma sociedade sem regras e sem cultura é muito mais fácil de dominar. Manter-nos cativos de um pensamento único e moldado a critérios de poder é tudo o que a esquerda — dita democrática e progressista — deseja.

Verdadeiramente, o BE já mantém o PS, culturalmente, cativo, e agora quer completar o seu projecto dominando o país. E qual é o melhor sítio para começar? A escola, pois claro. Nada melhor do que moldar as cabeças desde a infância, isso torna o futuro muito mais garantido.

O que preocupa estes senhores não é o respeito pela diferença. Se assim fosse, os pais que têm filhos a necessitar de ensino especial já não teriam de passar pelo calvário que atravessam, ano após ano, a tentar garantir apoio adequado para os seus filhos. Se o respeito pelas diferenças fosse verdadeiramente a preocupação deste poder político, os cidadãos com mobilidade reduzida já não estariam impedidos de fazer a sua vida por causa das barreiras que o Estado lhes cria diariamente.

Não, não são as diferenças, nem os direitos, é a cultura que esta esquerda quer mudar. E se é normal que a cada passo da história a cultura evolua e se torne adequada aos novos tempos, nunca a evolução levou a apagar a herança do passado. Os séculos de história e cultura que temos atrás são um património essencial para o progresso. Para sermos adultos, não precisamos de matar os nossos pais. Os mais distraídos vejam o que aconteceu em sociedades em que se procurou reescrever a história.

Volto ao início. Se está com dúvidas sobre o que fazer em Outubro e se acha que afinal a experiência dos últimos anos demonstrou que a esquerda não é um bicho-papão, leia o Despacho 7247/2019, ele foi feito carinhosamente por dois secretários de Estado deste Governo, exclusivamente a pensar em si.

Candidata a deputada do CDS

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