Mais uma mulher morta e 12 armas apreendidas no contexto de violência conjugal

Pedreiro terá disparado três tiros contra a mulher e depois entregou-se às autoridades. Também em Braga, GNR apreendeu 12 armas ilegais quando, na sequência de uma queixa por violência conjugal, se deslocou com a vítima a casa para a ajudar a recolher os seus pertences.

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O elevado número de mulheres mortas em contexto de violência doméstica tem motivado diversos protestos Inês Fernandes

A Polícia Judiciária deteve sexta-feira à noite um homem de 59 anos de idade suspeito de ter disparado três tiros de caçadeira sobre a mulher, provocando-lhe a morte, em Braga. O suspeito, pedreiro de profissão, terá agido num quadro de violência conjugal, segundo aquela fonte policial, fazendo assim subir para 19 o número de mulheres mortas desde o início do ano às mãos dos maridos ou companheiros.

O suspeito ficou detido preventivamente e, ao que o PÚBLICO apurou, foi sua a iniciativa de se entregar à GNR, no posto do Sameiro, junto ao santuário com o mesmo nome, por volta das 21h30, assumindo a autoria dos disparos. “Não havia neste caso qualquer registo de queixas relacionadas com violência doméstica”, adiantou uma fonte daquela polícia.

Este homicídio ocorreu no mesmo fim-de-semana em que a GNR apreendeu, também em Braga, 12 armas a um indivíduo que as usaria para violentar a mulher com quem vivia e com quem tinha um filho de cinco meses de idade. “A queixa por violência doméstica tinha sido apresentada no dia anterior e quando, na sexta-feira, a vítima pediu apoio à GNR para retirar alguns pertences de casa, da qual tinha entretanto saído, foram encontradas as armas”, explicou o tenente-coronel Rui Silva.

Entre o material apreendido encontravam-se uma arma eléctrica, um fio de estrangulamento, uma soqueira, um spray com gás pimenta, um punhal, um bastão e três navalhas, entre outras, e, segundo a mulher, de 20 anos, aquelas eram usadas para a agredir, ameaçar e injuriar. O suspeito, de 22 anos, não se encontrava na residência e a queixosa ficou a dormir em casa de familiares. A GNR garante que o caso foi comunicado ao Ministério Público.

A última mulher a tornar-se notícia por ter sido morta por um homem com quem mantinha ou já tinha mantido relações de intimidade tinha sido Otília Castro, uma empregada fabril de 56 anos de idade, cujo corpo foi encontrado já sem sinais vitais, ao lado do companheiro, de 61 anos, que viria também a morrer, na casa em que ambos viviam, em Famalicão. O indivíduo já tinha sido chamado ao posto da GNR, na sequência de uma queixa apresentada pela mulher, e, segundo as autoridades, terá sido na sequência disto que disparou primeiro contra a mulher e depois contra si próprio.

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