Indústria da moda e G7 comprometem-se com o ambiente

O acordo reúne 32 empresas da indústria da moda, entre elas a Adidas, Burberry, Nike, Hermes, assim como os conglomerados Kering e LVMH.

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Os jovens estão a trocar a fast fashion pela roupa em segunda mão Thomas Peter/Reuters

As grandes marcas do mundo da moda chegaram a um acordo, que será finalizado este fim-de-semana, em Biarritz, na reunião do G7, com o objectivo de ajudar a proteger o meio ambiente. O acordo será assinado por 32 empresas da indústria da moda, entre elas a Adidas, Burberry, ​Nike, Hermes, a Inditex (detentora da Zara), mas também os conglomerados Kering e LVMH – que reúnem as principais marcas de luxo e alta costura.

Proteger o meio ambiente será uma questão importante na reunião do G7, onde o presidente francês Emmanuel Macron e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressam as suas preocupações, nomeadamente, com os incêndios florestais que grassam na Amazónia. A iniciativa de levar a indústria da moda para a reunião do G7 foi de Macron que, segundo o Guardian, reuniu com o CEO da Kering, o francês François-Henri Pinault com o pedido de juntar as marcas com o propósito de assinarem este acordo para pressionar as mudanças na produção e fornecimento de matérias-primas

O acordo ocorre no momento em que a indústria enfrenta uma reacção sem precedentes sobretudo das gerações mais jovens, preocupadas com o facto de esta ser mais poluidora do que outras como a aeronáutica ou a de transportes, recorda o GuardianSão cada vez mais os jovens que se recusam a comprar roupa barata e apostam em peças em segunda mão ou feitas com tecidos sustentáveis. De acordo com o relatório ​GlobalData for Thredup, citado pelo mesmo jornal britânico, o mercado de segunda mão deverá ultrapassar a chamada fast fashion nos próximos anos e será 50% maior do que a de primeira mão, até 2028.

O aumento da preocupação ambiental tem obrigado as marcas a introduzir planos de sustentabilidade que passam por escolher matérias-primas mais amigas do ambiente, por exemplo, o mês passado, a espanhola Inditex, a terceira maior empresa têxtil do mundo, anunciou que até 2025 todos os tecidos utilizados serão 100% sustentáveis, assim como quer usar apenas energia renovável. A sueca H & M – que inclui as marcas Cos, & Other Stories, Monki e Weekday –, tem como objectivo ter 100% de materiais reciclados ou com origem sustentável até 2030, acima dos 57% actuais. Também outras marcas como a Next, Marks & Spencer, Primark e Asos comprometeram-se a reduzir o uso de água, a pegada de carbono e os resíduos enviados para aterros em 15% até 2020.​

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