Rio não responde a críticas internas porque prefere falar para fora do partido

Líder do PSD disse que o seu adversário é António Costa e é com ele que tem de dialogar.

Rui Rio falou aos jornalistas sobre degradação de serviços públicos
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Rui Rio falou aos jornalistas sobre degradação de serviços públicos LUSA/ESTELA SILVA
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Lista de candidatos do Porto LUSA/ESTELA SILVA
Rio à saída do tribunal, depois de entregar listas de candidatos
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Rio à saída do tribunal, depois de entregar listas de candidatos LUSA/ESTELA SILVA

À margem da entrega da lista dos candidatos pelo círculo eleitoral do Porto às eleições legislativas, o líder do PSD disse nesta sexta-feira que o seu adversário directo é o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, sendo com ele que tem de dialogar. Desta forma, Rui Rio desvalorizou as críticas internas de concelhias sociais-democratas. 

“Eu não sou adversário dos militantes do PSD, o meu adversário é António Costa e é com ele que tenho de dialogar, não é para dentro é para fora”, referiu.

Na semana passada, o presidente da concelhia do PSD do Porto classificou Rui Rio como um presidente do partido “sem rumo nem estratégia" e disse ser uma “incompetente arrogância” a sua “ausência total” durante o actual “período político crítico”.

“Inacreditavelmente, a um mês e meio de eleições legislativas, o presidente do PSD e o seu núcleo duro decidiram tirar férias, a meio duma crise que preocupa os portugueses. A ausência total de PSD, durante duas longas semanas num período político crítico é inaceitável e apresenta um odor demasiado forte a uma incompetente arrogância para que eu consiga manter calado. O PSD é mais do que isto. O PSD não é isto”, escreveu Hugo Neto, na sua página pessoal na rede social Facebook.

Perante estas críticas, Rio disse que as listas às eleições de Outubro tiveram “larga aceitação” no órgão próprio do partido, por esse motivo, não tem de fazer mais comentários sobre essa questão.

Desprezo pelos serviços públicos

Rui Rio preferiu assim apontar a degradação dos serviços públicos, sobretudo, na saúde, nos transportes ou nos cartórios notariais, lembrando as demoras para pedir o cartão de cidadão ou a reforma.

Além disso, na educação, o presidente do PSD afirmou que o Governo não fez os concursos para os assistentes operacionais a tempo, o que significa que não vai haver pessoal suficiente para o arranque das aulas.

“Isto é desleixo, degradação e desprezo pelos serviços públicos”, reforçou.

Rio considerou que também os salários deveriam ser “elevadíssimos”, particularmente na função pública, o que não é o caso.

“Isto é sinónimo de péssima gestão porque com mais dinheiro fazem pior”, realçou.

Portanto, nas eleições legislativas, o presidente do PSD declarou que as pessoas vão dizer se querem mais quatro anos iguais ou se querem mudar para melhor, acrescentando que a avaliação a este Governo não deve ser feita com base nos últimos acontecimentos, mas no que foi feito nos últimos anos.

E, a este respeito, Rui Rio salientou que os dados económicos são tudo “menos saudáveis”, falando em degradação do défice externo e no aumento do endividamento de Portugal perante o mundo.

“Esse foi o indicador fundamental que, há uns anos, trouxe a ‘troika’ a Portugal, mas não estou com isto a dizer que rapidamente vem aí a ‘troika’, mas a dizer que o caminho que estamos a seguir é errado”, ressalvou.

À entrada do Tribunal da Relação do Porto, onde as listas foram entregues, Rui Rio foi abordado por funcionários judiciais, vestidos com camisolas pretas, onde se lia “justiça para quem trabalha”, para lhe darem conta dos problemas do sector.

Criticando o executivo de António Costa de “nada fazer”, estes profissionais pediram ao social-democrata ajuda e atenção ao assunto, lembrando a existência de uma “grande discriminação” na justiça por fazer por uns e não por outros.

Os funcionários revelaram que há 1.180 lugares no sector por preencher e que, a falta de pessoal, atrasa o andamento dos processos.

“A justiça entope na parte administrativa porque não temos condições de resposta para os magistrados”, referiram.’

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