Hospital do Grupo Trofa Saúde no Porto Oriental já não vai avançar

Edifício já está em estado avançado da construção. Mas grupo privado desistiu do negócio

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Hospital privado ia nascer no fim da Avenida 25 de Abril, onde passou a realizar-se a Feira da Vandoma Nelson Garrido
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Prédio em Campanhã era apontado como um dos grandes investimentos privados na freguesia Nelson Garrido

O Grupo Trofa Saúde desistiu do hospital privado que ia abrir no fundo da Avenida 25 de Abril, perto do estádio do Dragão, no Porto. A notícia foi avançada na edição desta quinta-feira do Jornal de Negócios, que fala num investimento de 70 milhões, agora cancelado.

O futuro do edifício, já com o “esqueleto” praticamente concluído, é ainda uma incógnita. O Jornal de Negócios avançou com a possibilidade de construção de um hotel. Mas o PÚBLICO sabe que há negociações com outro grupo de saúde privado, que poderá abraçar o negócio em Campanhã.

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Edifício de 13 pisos já tem o "esqueleto" feito Nelson Garrido

O gabinete de comunicação da Câmara do Porto garante que, até ao momento, não deu entrada no gabinete de urbanismo qualquer pedido de alteração ao licenciamento feito para aquele terreno. Para já, a única informação que pode avançar, acrescenta, é que a proprietária do edifício continua a ser a ABB II (Construtora Alexandre Barbosa Borges). 

Se o imóvel mantiver o mesmo fim, ainda que mudando o promotor para outro grupo de saúde, como foi adiantado ao PÚBLICO, pode não precisar de uma nova licença. Desde que o projecto se mantenha semelhante.

O presidente da junta de freguesia de Campanhã, Ernesto Santos, já teve também conhecimento da desistência do Grupo Trofa Saúde. Embora não tenha havido uma comunicação formal ao seu executivo, o socialista apercebeu-se de que a obra estava parada há já algum tempo ao passar no local, a poucos minutos da sede da junta de freguesia.

Sobre o futuro do edificado, Ernesto Santos tem ouvido várias versões: “Fala-se de várias coisas e uma delas é que o edifício será transformado num hotel”, disse. A confirmar-se essa mudança de planos, avalia, Campanhã ficará a perder: “Se fosse um hospital as pessoas podiam beneficiar, nem que fosse pelo comércio gerado à volta. Se for um hotel não será bem assim, as pessoas entram e saem”, lamentou, deixando, no entanto, a nota de que o “qualquer investimento privado é bem-vindo” na zona. 

O edifício de 13 pisos, três deles subterrâneos, começou a ser construído há cerca de 18 meses e tinha conclusão prevista para o início do próximo ano. O “esqueleto”, junto ao local onde irá nascer o Interface de Campanhã, está praticamente concluído. Mas o Trofa Saúde - que não quis prestar declarações - desistiu do projecto. Tal como a construtora proprietária do terreno.

Em Novembro passado, o grupo Trofa Saúde – já com 13 unidades no país - adquiriu 76% do capital social dos Hospitais Senhor do Bonfim, em Vila do Conde. A propriedade de 13 hectares e oito edifícios tem 500 camas e é considerada o maior hospital privado do país.

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