Costa diz que dar nova vida às tradições contribui para o crescimento dos rendimentos

Primeiro-ministro escusou-se a comentar a decisão dos motoristas de matérias perigosas, que vão voltar à greve, desta vez aos fins-de-semana e trabalho extraordinário.

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António Costa e a mulher estão a visitar localidades por onde passa a EN2 LUSA/Pedro Rosário

O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu nesta quarta-feira que dar uma nova vida às tradições, introduzindo-lhe inovação, é uma forma de manter o crescimento dos rendimentos e a diminuição do desemprego em Portugal.

“Temos aqui um bom exemplo de como é possível fazer diferente e fazer melhor”, afirmou António Costa aos jornalistas, no final de uma visita à Cooperativa Capuchinhas do Montemuro, na pequena aldeia de Campo Benfeito, no concelho de Castro Daire, onde, há 31 anos, um grupo de mulheres decidiu juntar-se e criar peças contemporâneas de burel, linho e lã.

Focado no futuro e nos bons exemplos do que se pode fazer “para que o país possa manter uma boa trajectória de crescimento e de redução do desemprego”, o também primeiro-ministro escusou-se a comentar a decisão dos motoristas de matérias perigosas, que vão voltar à greve, desta vez aos fins-de-semana e trabalho extraordinário, entre os dias 7 e 22 de Setembro.

“De qualquer sítio onde eu esteja, acompanho o que se passa em Lisboa, em Hong Kong e em todo o mundo. Mas o objectivo desta visita à EN2, que hoje prossigo, é precisamente podermos olhar para o futuro e ver, a partir daquilo que nós temos, das nossas gentes, dos nossos territórios, dos nossos recursos, o que é que podemos fazer mais e melhor”, sublinhou.

Na Cooperativa Capuchinhas do Montemuro, António Costa ficou a perceber como as quatro mulheres executam os trabalhos de tecelagem e de confecção, que resultam em camisas, casacos e outras peças desenhadas por uma estilista, que depois são vendidas sobretudo para clientes portugueses.

Uma das mulheres disse a António Costa lembrar-se “de conseguir ganhar mais há uns anos do que agora”, o que a leva a pensar que “o país não está assim tão bem”, apesar de sentir que as pessoas valorizam o trabalho da cooperativa.

“A ideia com que fiquei foi de que estava a fazer comparação com há 30 anos, quando iniciou a actividade. Não fez comparação com um período mais recente. Todos sabemos que o país atravessou uma crise grande e felizmente está a recuperar os rendimentos”, comentou depois o secretário-geral do PS aos jornalistas.

No entanto, António Costa defendeu que todos têm de fazer “um esforço para continuar a permitir criar condições para que os rendimentos possam continuar a subir”.

“Nós estamos ainda muito aquém de muitos dos países europeus e, sobretudo, estamos muito aquém daquilo que é a ambição legítima dos portugueses, que é terem mais rendimento”, realçou.

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