PSOE rejeita proposta “inviável” do Podemos para coligação em Espanha

Para os socialistas, uma coligação não está em cima da mesa.

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Pedro Sánchez e Pablo Iglesias Juan Carlos Hidalgo/EPA

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) rejeitou nesta terça-feira a proposta do Unidas Podemos para uma coligação fovernamental, que considera “inviável”, e convidou a plataforma de esquerda a encontrar “outras fórmulas” que facilitem a governabilidade e um programa progressista.

Em comunicado, o partido de Pedro Sánchez respondeu à nova proposta apresentada pelo Unidas Podemos “para retomar o diálogo” na qual insistem, mais uma vez, em ter uma vice-presidência e três ministérios.

Os socialistas consideram que a nova proposta é “muito próxima” em matéria programática, das medidas incluídas no discurso de investidura de Pedro Sánchez, mas, sublinham, “não contém qualquer avanço relativamente à posição que o Unidas Podemos mantém desde o princípio”.

“Esperamos que possa conseguir-se um acordo amplo para permitir desbloquear a situação política e que, rapidamente, Espanha conte com o governo que os espanhóis votaram: um governo progressista, feminista, ecologista e europeísta liderado pelo PSOE”, diz o comunicado.

Para os socialistas, uma coligação não está em cima da mesa: “Defendemos um único Governo, com uma estrutura de funcionamento clara e eficaz que evite a existência de dois governos dentro do mesmo Conselho de Ministros”, lê-se no comunicado, que acrescenta que o fracasso na investidura “evidenciou a inviabilidade de um governo de coligação”.

A 25 de Julho, o parlamento espanhol chumbou, pela segunda vez numa semana, a recondução como primeiro-ministro do socialista Pedro Sánchez, que tem até Setembro para fazer uma nova tentativa. Se não o conseguir, haverá novas eleições.

Os socialistas frisam ainda “importantes diferenças” entre as duas formações “em questões de Estado”, como a temática da Catalunha, sobre a qual, afirmam, “a proposta do PSOE é conhecida: diálogo dentro da legalidade, respeito pela Constituição e fortalecimento do estado autonómico”.

O Unidas Podemos enviou a nova proposta ao PSOE com “medidas programáticas e competências” para retomar o diálogo sobre a constituição de um Governo de coligação.

A proposta contempla “quatro opções distintas” para a participação do Podemos na partilha de responsabilidades no executivo e uma proposta programática com base nos pontos que já tinham sido abordados com o PSOE no mês de Julho.

No documento, o partido liderado por Pablo Iglesias identifica dez pontos essenciais para as negociações, entre os quais o fim da reforma laboral, a universalização da rede pública de escolas até aos três anos de idade, a “construção de um país feminista”, a colocação dos “espanhóis alheados” no centro das políticas do “novo governo” e a luta contra a corrupção.

A lista inclui ainda medidas sobre a descida do preço dos arrendamentos de casas, garantias sobre o direito à habitação, justiça social, “luta pela emergência climática” assim como dinamizar a ciência e a investigação e impulsionar “uma nova Europa mais democrática e social”.

O Unidas Podemos afirma no documento que os espanhóis votaram no dia 28 de Abril para que os partidos políticos “dialoguem, negoceiem e alcancem acordos”, pelo que considera importante a negociação para se conseguir “um governo de coligação que trabalhe para as pessoas”.

Em Espanha, vive-se um impasse político desde as últimas eleições legislativas porque apesar da vitória o PSOE, não houve uma maioria parlamentar pelo que tem de conseguir pactos ou coligações para formar Governo.

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