Espanhola Másmóvil compra a dona da Nowo e da Oni

Grupo de telecomunicações espanhol associa-se a sociedade de investimento de capital de risco para entrar no mercado português.

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A Nowo, que detém o capital da Oni, é controlada pelos fundos KKR através do Luxemburgo Sebastião Almeida

A empresa telecomunicações espanhola Másmóvil está com um pé no mercado português depois de ter chegado a acordo com os fundos norte-americanos da KKR para comprar a empresa Cabonitel, dona das operadoras Oni e Nowo (a antiga Cabovisão).

A Autoridade da Concorrência (AdC) publicou na segunda-feira um aviso a dar conta de que fora notificada da operação de concentração a 9 de Agosto.

A compra foi concretizada pela Másmóvil em parceria com o fundo GAEA Inversión, uma sociedade de investimento de capital de risco espanhola controlada pelo Grupo Inveready lançada especificamente para realizar esta operação.

Ao comprar a Cabonitel, a MásMóvil passa a controlar as filiais directa ou indirectamente detidas por esta empresa, ou seja, a Nowo (na qual Cabonitel tem 100% do capital) e a Oni, pois esta empresa é detida a 100% pela Nowo. A empresa é actualmente controlada pelos fundos norte-americanos KKR através de uma sociedade sediada na praça financeira do Luxemburgo, a Cabolink.

Agora que a Autoridade da Concorrência publicou o aviso de notificação da compra das empresas portuguesas abre-se um período de dez dias em que podem ser enviadas ao regulador observações sobre a operação de concentração.

A Nowo e a Oni, antes do universo da Altice, foram vendidas em 2015 pela operadora de telecomunicações à gestora de fundos de private equity francesa Apax, de forma a que o grupo pudesse concluir a compra da Meo (universo da antiga PT). Foi já depois da alienação desses activos que a operadora de telecomunicações empresariais e a operadora de televisão por cabo passaram para as mãos dos fundos norte-americanos da KKR.

Em Dezembro, perante dificuldades financeiras que chegaram a levar ao corte do serviço da Sport TV à Nowo por falta de pagamento, o novo accionista tinha em marcha um despedimento colectivo.

A par com os principais concorrentes – Altice, Nos e Vodafone –, a Nowo/Oni foi um dos núcleos do sector das telecomunicações que em Dezembro do ano passado foi alvo de buscas da AdC durante uma operação lançada pelo regulador.

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