YouTube procura profissionais para a gestão dos canais de política

Plataforma já tem funcionários para temas como moda, beleza e videojogos.

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Os gestores têm a tarefa de ajudar os canais que pertencem ao programa de parceiros do YouTube Reuters/Dado Ruvic

O YouTube está a procurar pessoas para fazerem a ligação entre a empresa e canais populares da plataforma que se especializam em conteúdo político – seja ele mais de esquerda ou de direita. Há um anúncio para gestores das relações com canais “progressistas” e outro para gestores de canais “conservadores”.

As tarefas incluem desenvolver boas relações com criadores de conteúdos política, resolver conflitos sobre o conteúdo publicado (por exemplo, vídeos acusados de incluir linguagem imprópria ou ofensiva), e desenvolver estratégias para ajudar os canais a crescer e a chegar a novos públicos. Nos anúncios de emprego, publicados no final da semana passada, a empresa clarifica que o objectivo é “dar a todos o poder de partilhar a sua história”.

As novas vagas profissionais surgem numa altura em que a empresa enfrenta acusações de censurar conteúdo conservador, numa tentativa de livrar o site de vídeos extremistas ou com teorias da conspiração. Ao mesmo tempo, a empresa é acusada de não proteger criadores LGBT de serem atacados por canais políticos conservadores com um tom satírico, e de automaticamente barrar vídeos de criadores que abordam temas como a homossexualidade, transexualidade e identidade de género, por ser detectado conteúdo “maduro” ou “impróprio”.

Em Junho, por exemplo, o YouTube foi alvo de fortes críticas pela forma como abordou queixas de discriminação por parte de um jornalista que escreve para o site Vox, Carlos Maza, sobre o comentador conservador Steven Crowder. Era hábito Crowder descrever Maza como um “o gay latino da Vox”, “senhor queer” ou “o Sr. Gay da Vox” em vídeos do YouTube. O YouTube decidiu impedir Crowder de fazer dinheiro com anúncios temporariamente (originando contestação na comunidade conservadora do site), para mais tarde vir a reverter a decisão (levando criadores LGBT de acusar a plataforma de discriminação).

No futuro, o novo cargo de gestor de conteúdo para parceiros políticos deve ajudar na resolução e moderação de conflitos do género. Os novos funcionários irão trabalhar com os canais políticos que pertencem ao YouTube’s Partner Program, o programa de parceiros que permite a canais populares (com muitas visualizações e subscritores) receber dinheiro da plataforma através da exibição de anúncios. Tal como os gestores que a empresa já emprega para ajudarem os canais de moda, beleza e videojogos, os candidatos devem ser especialistas. Neste caso, devem ter pelo menos seis anos de experiência a trabalhar na área da política ou em jornalismo político.

 Esta semana, um inquérito da Common Sense Media, uma organização não-governamental americana que se dedica a informar pais sobre os efeitos da tecnologia, mostrou que mais de metade dos adolescentes norte-americanos consome notícias de plataformas sociais como o Instagram, Facebook, Twitter e Facebook.

A empresa-mãe do YouTube, o Google, também é acusada pelo Presidente americano, Donald Trump, de usar o seu motor de busca para manipular resultados, dando prioridade a notícias que lhe são desfavoráveis.

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