Da imaginação à identidade

Negar a importância da identidade é um beco sem saída político; o que é necessário é entendê-la.

Se a memória nos diz quem somos, a imaginação diz-nos quem desejamos ser. São esses dois componentes que, mais do que quaisquer outros, criam as duas coisas que fazem de nós animais políticos: identidade e agência. Podemos discutir interminavelmente se temos ou não livre-arbítrio, se a nossa história está material ou espiritualmente pré-determinada, como é que o aglomerado de átomos que cada um de nós se distingue do mundo à nossa volta, se a consciência de nós mesmos é ou não uma ilusão. Todas elas questões com pergaminhos filosóficos, mas o que nos importa para o percurso que temos estado a fazer sobre a política atual (esta crónica faz parte de uma série iniciada a 29 de julho passado e que durará até ao fim de agosto, conforme a atualidade o permitir) é que, para efeitos práticos, nós acreditamos na nossa identidade e agência. E as fundações de ambas estão na memória e na imaginação: em acordarmos hoje lembrando-nos de quem éramos ontem; em levar a nossa vida hoje pensando em quem queremos ser amanhã.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 5 comentários