Cartas ao director

Porque falta pessoal na MAC?

Lembram-se de terem querido fechar a Maternidade Alfredo da Costa (MAC) no governo anterior, dispersando o pessoal, desfazendo equipas? Para o evitar fiz parte de um grupo de pessoas que pôs uma acção em tribunal para evitar o encerramento da melhor maternidade do país. Pretendiam dispersar o pessoal por privados, Estefânia, Santa Maria, Loures, etc. Até chegou um cirurgião a dizer que não percebia como a MAC fazia cirurgias sem ter ressonância magnética, pois o seu hospital também não tinha...

Felizmente, o tribunal deu-nos razão, mas já muito pessoal tinha saído e as excelentes equipas desfeitas. Agora vêm protestar pelos erros que favoreceram? Claro que teremos que recriar o desfeito, mas sejamos sérios, quem atacou nessa altura o SNS não foi este Governo...

Francisco Crespo, médico

Corrupção, ditadura e democracia

Li no último domingo, como sempre faço, a última crónica de António Barreto, que bem discorre sobre o fenómeno da corrupção e da sua incidência tanto em democracia como em ditadura. Da conclusão final de que, mal por mal, antes um regime democrático do que uma ditadura também não deixo de concordar. Acima de tudo, porque numa ditadura os meios que o povo tem para com ela – a corrupção – acabar, limitar ou controlar são escassos ou nulos e numa democracia eles existem, assim saibam ser usados – mas isso é outra conversa.

Há, porém, um aspecto que A. Barreto não refere e que muito contribui para diluir aos olhos de muita gente essa vantagem da democracia. É que enquanto a qualidade da corrupção em qualquer dos regimes é praticamente igual, a quantidade não o é. Numa ditadura, o número de corruptos ‘aceites’ não passa daqueles – comparativamente poucos e imutáveis no tempo – que apoiam e suportam o regime, enquanto numa democracia, por cada legislatura – e tanto mais quanto mais vezes muda o partido no poder –, há uma nova e, por vezes, sedenta vaga de potenciais corruptos (…). Compete então à população ser ‘sábia´ na hora do voto e escolher sempre aqueles que mais garantias e confiança de seriedade derem, escolha que não é fácil porque de demagogia está o discurso político prenhe.

Jorge Mónica, Parede

OK? SOS

O já falecido escritor Vasco Graça Moura, em Novembro de 2009, escreveu o artigo “SOS. Isabel”, apelando à ministra da Educação de então para se debruçar sobre o português escrito e falado e, especialmente, sobre os estrangeirismos utilizados. Tudo se encontra na mesma ou pior, mesmo levando em consideração determinados termos técnicos que não têm tradução. O vocábulo “OK”, que se tornou numa doença a precisar de tratamento urgente, é empregue a propósito ou a despropósito por novos, velhos ou de meia-idade. Seja onde for, lá vem o fatídico “OK”. No conhecido concurso da RTP 1, denominado “Joker”, o apresentador é um especialista no emprego doentio da referida palavra, o que se lastima.

Carlos Leal, Lisboa

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