Soundwich, a “aldeia de casinhas” do Parque da Cidade do Porto

Nasceu como um espaço dedicado às sandes. Aos pratos desenhados por chefs portuenses juntaram-se saladas e hambúrgueres, o brunch e um buffet — mas a música de fundo continua a mesma.

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Gonçalo Dias
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A 9 de Junho de 2012 nascia o Soundwich junto ao Parque da Cidade do Porto. Sete anos depois, Joana Lencastre e António José Teixeira ainda dão conta do recado. No antigo espaço funcionava a Mil Paladares, empresa de distribuição de produtos alimentares, da qual Joana fazia (e ainda faz) parte, e onde António era cliente. “Em percursos diferentes que se foram cruzando”, acabaram por se juntar e formar o Soundwich, um espaço inicialmente dedicado às sandes, pensadas por sete chefs portuenses.

“Como eu trabalhava na Mil Paladares com chefs de cozinha, fiz-lhes a proposta e eles alinharam”, recorda Joana, para quem a experiência foi “muito divertida”. Foi na cozinha de Pedro Nunes, chef no restaurante São Gião, em Guimarães, que nasceram as sete sandes como pratos de autor. “Toda a gente achou que era uma brincadeira, que íamos fazer meia dúzia de sandes e que depois desistíamos. Mas não: tornou-se uma coisa muito séria”, diz.

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Aos sete “da casa” juntaram-se mais sete: os que criaram as saladas. “Nas sandes ficaram os chefs que estão há mais tempo no mercado e nas saladas os chefs emergentes”, clarifica Joana. “Para nós é uma honra que eles confiem em nós e que nós possamos representar uma receita deles à total confiança”, acrescenta.

Com um público crescente, as sandes e saladas não conseguiam “dar resposta” a todos aqueles que procuravam o Soundwich. “Ia muita gente embora que não conseguíamos atender”, lamenta a proprietária. Por isso, houve a necessidade não só de aumentar a variedade de produtos, mas também o espaço.

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À esplanada principal e ao primeiro piso do espaço interior, ambos destinados apenas às sandes e saladas (todas a 9 euros), juntaram-se o Bark, para os apaixonados por hambúrgueres (10 euros), o Buffast (15 euros), servido à hora de almoço, de segunda a sexta, “para quem está com mais pressa”, o Pickapark, que serve um brunch (19,90 euros), ao sábado e domingo, e o Bery Typical, com um conceito diferente todos os anos e, este ano, dedicado à cozinha de fogo. As bebidas, com aposta nos sumos naturais, variam entre 1,80 e 4 euros.

Além destes, o Soundwich tem ainda uma biblioteca recheada de livros de culinária e um celeiro — o Sunset Port — destinado à realização de festas. Os eventos que fazem são privados e cada vez mais ligados a empresas. Como chegam a ter vários no mesmo dia, precisam de dispersar as pessoas para os vários espaços. “Uma empresa está num sítio, outra está noutro, e as pessoas nem se cruzam, mas estão todas no Soundwich”, explica Joana, que descreve o espaço como uma “aldeia com várias casinhas”. Até porque a casa principal, feita de pedra e decorada com paletes pintadas de vermelho escuro, não faria lembrar outra coisa senão algo “rústico”.

E porque os patudos também são bem-vindos ao espaço, o menu do cão (4,50 euros) é pensado exclusivamente para eles, com uma taça de água e outra de comida, com quatro sabores diferentes à escolha. E nem as crianças são esquecidas: há um microondas “para os pais que queiram aquecer a comida dos mais pequenos” e não faltam brinquedos espalhados para que possam brincar.

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A natureza e o bem-estar são uma prioridade

Com uma dinâmica de “praça alimentar”, onde as pessoas podem escolher várias vertentes na área da alimentação, o Soundwich “foi sempre pensado como um espaço ligado à natureza, a produtos de qualidade, ao bem-estar e a um modo de estar na vida”. As pessoas que chegam sentem “tranquilidade”, diz Joana. E é precisamente esse “prazer” que Joana e António querem transmitir.

O silêncio, principalmente pelos clientes, que são, para Joana, “muito tranquilos”, é o que mais se faz sentir. Com a ajuda, claro, do jazz da Smooth FM, única rádio que se ouve no Soundwich, já que nasceu no mesmo ano que o espaço portuense. “Foi sempre a nossa rádio, desde o princípio, e a música acaba por ter aqui um peso muito importante” — tanto que a ementa está inscrita num disco de vinil. Também por isso é que a relação com a música se faz através do nome — mas não só. “O objectivo foi pôr toda a gente a falar à moda do Porto”, pelo sotaque portuense que a palavra sound pode ganhar.

Os que chegam pela primeira vez ficam “surpreendidos por não haver um espaço destes no [centro do] Porto”. Afastado da azáfama da Baixa, Joana sente que os clientes descobrem o Soundwich “aos poucos” e muito “por passa-palavra”. Por isso, também são em maior número os portugueses, e não tanto os estrangeiros. Ainda assim, o negócio mantém-se ano após ano pelas alternativas que Joana e António vão acrescentando. “Nós reinventamos todos os anos”, conclui.

Texto editado por Sandra Silva Costa

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