Mais uma campeã “reformada” que quer regressar para Tóquio 2020

Laurie Hernández deixou a ginástica para viver a adolescência. Participou em concursos televisivos, escreveu livros e, agora, quer ser campeã novamente.

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Reuters

Sanne Wevers, com o ouro, e Laurie Hernández, com a prata, foram as únicas a impedir Simone Biles de fazer um medalheiro perfeito nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Agora, a vice-campeã olímpica da trave está de volta. Depois de uma “semi-reforma” — retirou-se da ginástica, mas sem nunca anunciar um abandono definitivo —, Laurie Hernández está a treinar-se para ir a Tóquio, em 2020.

A ginasta de New Jersey anunciou, nos campeonatos dos Estados Unidos — onde, como espectadora, viu Simone Biles entrar para a história da ginástica —, que vai tentar entrar no estágio da selecção nacional norte-americana, marcado para Novembro. “Lolo”, actual campeã olímpica por equipas e vice-campeã na trave, começou a treinar-se há menos de um ano, após quase 24 meses parada.

“Depois do Rio, tinha 16 anos e quis dar a mim própria tempo para crescer e para me habituar ao corpo que, nessa altura, ainda estava a mudar. Agora, estou orgulhosa do progresso que fiz. Acho que é realista pensar que posso competir no próximo ano e ter bons resultados. Depois, quero entrar na selecção olímpica, que é, decididamente, o motivo por que regresso”, anunciou.

A boa notícia para Hernández é que ainda tem quase um ano para atingir os índices físicos desejados. A má é que, por muito que queira, nada garante que consiga aceder ao estágio de Novembro, ultrapassando atletas em plena forma.

Mais: para 2020, ao contrário do que aconteceu em 2012 e 2016, as equipas olímpicas na ginástica deverão ser compostas por quatro ginastas, em vez de cinco. Algo que não só reduz o número de vagas, como faz os seleccionadores quererem ginastas fortes em todos os aparelhos, polivalência que Laurie terá de recuperar em apenas dez meses.

Há, ainda, um dado curioso que não abona a favor da ginasta de 19 anos. No último ciclo olímpico, Aly Raisman e Gabby Douglas também prepararam o Rio 2016 depois de um período de ausência. Ainda assim, ambas começaram a preparação para o Rio bem mais cedo do que Laurie Hernández começou para Tóquio.

Apesar da missão difícil, Laurie tem tido ajuda e Aly Raisman tem sido uma fonte de conselhos. “Estes regressos são muito difíceis e ouvires alguém que já o fez acaba por ser muito útil. Parece que os esforços que terás de fazer não são assim tão maus”, explicou Hernández, parada desde o Rio de Janeiro.

Parada talvez não seja a palavra certa, já que Laurie Hernández tem feito de tudo um pouco. Participou e venceu o famoso concurso “Dança com as estrelas”, nos Estados Unidos, antes de aceitar o desafio de apresentar a também conhecida competição “American Ninja Warrior”.

Pelo meio, escreveu. Começou pelos adultos, com a obra I got this, falando da experiência que teve em todo o percurso pré e pós-Jogos Olímpicos. Depois, passou para as crianças. O livro She’s got this pretende encorajar os jovens a perseguirem os seus sonhos.

Laurie Hernández sabe bem o que é perseguir sonhos. O actual, de chegar a Tóquio, parece ser, por agora, uma tremenda montanha por escalar.

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