V. Guimarães “esmagou” um Ventspils que já chegou “esmagado”

Davidson, Rochinha (2), João Carlos Teixeira, João Pedro e Pêpê fizeram os seis golos da equipa portuguesa.

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Jogadores do Vitória festejam o primeiro golo LUSA/FERNANDO VELUDO

Ao V. Guimarães já só falta ultrapassar o play-off para poder estar na fase de grupos da Liga Europa. Nesta quarta-feira, os minhotos selaram, de forma convincente, uma eliminatória que já estava desequilibrada, batendo o Ventspils, por 6-0 (9-0 no conjunto dos dois jogos). E o resultado, com maior eficácia vitoriana, poderia ter chegado, facilmente, à casa das dezenas.

Em Guimarães, este jogo teve três aspectos que ajudam a explicar o desfecho. Um: uma equipa portuguesa sabedora da exigência vitoriana e que, por isso, não controlou o jogo à sombra do 3-0 alcançado da Letónia. Pelo contrário, procurou incessantemente o golo, brindando quem foi ao D. Afonso Henriques e que dificilmente se contentaria com um “morno” 0-0. Dois: o Ventspils já vai na segunda metade da Liga letã e, talvez por isso, surgiu visivelmente mais cansado do que um Vitória em início de temporada, mas fresco. Três: o “medo” letão ajudou a decidir, ainda mais, o que já estava decidido.

Os pontos 2 e 3, sobretudo esses, ajudam a explicar o que se passou nesta quarta-feira. Por um lado, os jogadores do Ventspils pareceram pouco frescos, chegando sempre atrasados ao portador da bola, algo que descompensou, jogada após jogada, a organização defensiva. Além disso, o “medo” letão levou os laterais da equipa do Báltico a fechar muito no corredor central – algo legítimo, mas que deve ser doseado.

A ideia foi mal aplicada e, por isso, os laterais e os alas do Vitória tiveram sempre tempo e espaço para decidir bem e, sobretudo, para “irem para cima” já embalados desde trás. Com tanto espaço dado aos criativos, nos corredores, e com tanta avidez vitoriana na procura do golo era, apenas, uma questão de tempo até chegarem os festejos.

Aos dois minutos, Sacko teve espaço para cruzar e Guedes, primeiro, e Joseph, depois, falharam a finalização por meros centímetros. Aos nove, Davidson teve espaço, driblou e serviu Rochinha, que rematou perigoso.

Este binómio espaço-perigo repetiu-se mais algumas vezes, até chegar o golo: num canto, Obuobi largou a marcação a Davidson para atacar a bola, mas falhou a abordagem. Agradeceu o brasileiro, que rematou a primeira vez, com direito a intercepção, e rematou a segunda, com direito a golo.

Sakho, Rochinha e Davidson, ora à esquerda ora à direita, continuaram, tranquilamente, a colocar bolas na área letã e o Vitória só por falta de eficácia não construiu, na primeira parte desta segunda mão, um resultado semelhante ao que trouxe da Letónia.

A segunda parte começou com novo golo vitoriano. Sem surpresa, este chegou da forma anunciada: Davidson conduziu calmamente no corredor, esperando o momento certo para driblar um lateral que se limitou a ver Rochinha finalizar com qualidade no centro da área.

Aos 58 minutos, houve “bis” de Rochinha, novamente sob a mesma lógica: Davidson teve tempo para conduzir e decidir, Guedes atraiu defensores e o Ventspils, focado na zona central, deixou Rochinha solto à direita, para uma finalização fácil.

Ainda houve tempo para o 4-0, com o remate de fora da área de João Carlos Teixeira a chegar numa fase em que o Vitória continuava a querer golos e o Ventspils, arrasado física e mentalmente, defendia, várias vezes, com apenas três jogadores.

Rochinha foi lançado em profundidade e cruzou para João Pedro, que desviou ao primeiro poste, e Pêpê, servido por Rochinha, já na área, finalizou perante o guarda-redes.

Espaço excessivo “oferecido” nos corredores laterais, maior frescura física e vontade de brindar os adeptos vitorianos: foi esta a receita do apuramento do V. Guimarães para o play-off da Liga Europa.

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