Aeroporto de Lisboa mantém restrições de combustível apesar das melhorias no abastecimento

Fornecimento está “com maior regularidade”, mas o “fluxo ainda não é suficiente” para pôr fim ao racionamento de combustível para aviões, em vigor desde segunda-feira.

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Rui Gaudêncio

A requisição civil parcial decretada na segunda-feira pelo Governo no quadro da greve dos motoristas de transporte de matérias perigosas e de mercadoria geral já teve efeitos sobre a vida do aeroporto de Lisboa, mas ainda não chega para levantar as restrições de combustível para aeronaves, aplicado desde segunda-feira.

A empresa ANA, gestora do aeroporto Humberto Delgado, disse ao início desta tarde, em comunicado, que o racionamento de combustível continua, apesar dos esforços que têm vindo a ser feitos para ultrapassar o impacto da greve dos motoristas. “O abastecimento decorre, hoje [terça-feira], com maior regularidade do que ontem [segunda], no entanto, o fluxo de combustível ainda não é suficiente para retirar as medidas de restrição ao abastecimento das aeronaves”, lê-se no comunicado.

Tal como no primeiro dia da paralisação, neste segundo dia não há voos cancelados e a ANA afirma que está, “em conjunto com o Governo, empresas petrolíferas, companhias aéreas e handlers, a acompanhar e a avaliar a situação, com vista à minimização do impacte” do protesto dos motoristas, que partiram para a greve depois de romperem com as negociações com o patronato, exigindo melhorias salariais mais céleres.

Já no Aeroporto de Faro, segundo fonte oficial da ANA, “até ao momento, o abastecimento tem-se processado de forma regular, não tendo sido, ainda, necessário impor restrições a operação”.

O fornecimento de combustível aos aeroportos foi incluído na lista de serviços mínimos fixada pelo Governo do PS, depois de ter falhado um eventual acordo entre os sindicatos e a Antram, que representa as empresas. O executivo exigia uma cobertura de 100% do serviço para essa e outras actividades, mas na segunda-feira percebeu-se que o combustível não estava a chegar em quantidade suficiente para manter a regular operação do aeroporto da capital portuguesa.

O Governo entendeu que esse era um dos exemplos de “perturbações graves da vida social e económica”, cenário que os sindicatos garantem não existir. Segundo os sindicatos, os trabalhadores apresentaram-se na quantidade determinada pelos serviços mínimos, mas como trabalham oito horas, e o carregamento das cisternas está a ser feito segundo métodos não habituais, o número de cargas acabou por ser insuficiente para cobrir as necessidades.

Ainda assim, ao final da tarde de segunda-feira, o executivo recorreu à requisição civil, em regime parcial, incluindo o fornecimento aos aeroportos. Respondendo, assim, ao que estava a ser pedido pela Antram. 

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