Vantagem não evita ansiedade para lidar com o Krasnodar

Sérgio Conceição considera que o resultado da primeira mão pode ser “enganador” e encara a recepção aos russos como se estivesse tudo empatado. Danilo continua em forte dúvida.

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LUSA/FERNANDO VELUDO

O FC Porto conseguiu, na Rússia, uma vantagem importante para poder confirmar, esta noite (20h, Porto Canal), em pleno Dragão, o esperado apuramento para o play-off da Liga dos Campeões e continuar o caminho rumo à fase de grupos - patamar em que os portistas marcaram, consecutivamente, presença nas últimas oito edições, falhando apenas a época 2010-11.

O triunfo alcançado no 89.º minuto frente ao Krasnodar não oferece, contudo, margem suficientemente segura para uma resposta pouco firme, especialmente depois do choque da derrota na estreia do campeonato nacional, no último sábado, em Barcelos. Desaire que veio vincar um nervosismo bem patente na reacção de Sérgio Conceição, acabando por transformar casos como o de Danilo ou mesmo um atraso no arranque do treino em matéria inflamável. 

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Sérgio Conceição assumiu, de resto, na conferência de imprensa de lançamento do encontro, um estado de alerta próximo do máximo... potenciado pelas questões da ordem: os jogadores do FC Porto pisaram o relvado do Dragão com assinalável atraso em relação ao previsto, o que suscitou uma curiosidade aumentada pela ausência de Danilo, na fase inicial da sessão.

Sérgio Conceição estranhou o “reparo”, bem como a insistência em torno da condição física de Danilo - facto a que não terá sido alheio o comunicado entretanto emitido pela SAD portista para desmentir a possibilidade de o médio nem sequer estar lesionado. A verdade é que, depois de ter falhado o encontro de Barcelos por estar fisicamente condicionado, a ausência de Danilo acabou por contribuir para o adensar das dúvidas relativamente à recuperação para o jogo com o Krasnodar. Desconfiança que Sérgio Conceição afastou, ao garantir que o problema do médio é exclusivamente clínico, não se tratando nem de gestão, nem de poupança ou mera opção. 

“Está verdadeiramente limitado. Há grandes probabilidades de não estar disponível para este jogo, por impossibilidade física. Não duvidem do que estou a dizer”, insistiu o treinador, que possui como alternativa o colombiano Matheus Uribe, ainda à espera da estreia de “azul e branco” e na expectativa de actuar já no embate da Champions. Falta saber se no “onze” inicial ou como suplente. Na Rússia jogou Romário Baró, em Barcelos a opção recaiu em Bruno Costa. Mas é claro que não há ainda sucessor à altura de Herrera.

Encerrada a questão, Sérgio Conceição centrou-se no confronto com o Krasnodar, fazendo notar que a vitória alcançada na Rússia pode ocultar um risco que o técnico portista não pretende ignorar. Para tanto, adverte para a urgência de os “dragões” abordarem a partida como se a eliminatória estivesse igualada. 

Mesmo admitindo que o triunfo frente ao Krasnodar foi um resultado importante, que deixa os portistas em clara vantagem, o treinador adverte para a necessidade de começar tudo do zero, o que implicou um reforço da informação disponível sobre os russos... e esteve na origem do atraso. Aliás, foi precisamente a análise à última actuação do Krasnodar, em que este bateu (1-0) o Rubin Kazan, a motivar o atraso de hora e meia no arranque do treino. 

“Queríamos cumprir o estipulado na folha. Às vezes alongamo-nos e não é possível. Aliás, já vamos perder o jogo do V. Setúbal, que é o nosso próximo adversário no campeonato. Não fazemos de propósito para chegar atrasados”, insistiu.

Os efeitos colaterais da derrota de Barcelos não afectam, de resto, a postura de Sérgio Conceição, que deixa claro que as suas ideias não oscilam em função dos resultados. “Não dependemos do vento, da chuva nem do estado do terreno para encontrar motivação e avançar mais uma etapa”, garantiu, para rever a estratégia a adoptar perante uma equipa obrigada a atacar.

“O Krasnodar não vai fugir muito à sua identidade. Gosta de ter bola, de assumir o jogo... Na Rússia foi um bocadinho diferente, também pelo conhecimento da nossa equipa. Estamos em vantagem, mas não está nada conseguido. Analisámos o último jogo e é possível que surjam com um bloco mais intermédio”.

Do lado contrário, é alimentada a expectativa de surpreender um FC Porto que na primeira mão foi francamente superior. “Analisámos o jogo passado e pensámos no que aconteceu. Percebemos que o FC Porto tem pontos fracos e é isso que vamos tentar explorar”, adiantou Sergey Matveyev, treinador adjunto do Krasdonar, considerando que a equipa portuguesa “joga de uma forma muito compacta”.

De resto, o técnico não tem dúvidas de que “vai ser um jogo muito complicado”. “O primeiro resultado não foi bom, mas vamos fazer de tudo para seguir em frente.”

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