Empate técnico para a amarela e tudo em aberto na etapa final da Volta

Este domingo traz contra-relógio para decidir, ao segundo, o vencedor da Volta a Portugal.

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Ciclistas da Volta na estrada LUSA/NUNO VEIGA

À entrada para a última etapa da Volta a Portugal, o primeiro e segundo classificados estão em total empate técnico, somando o mesmo tempo de corrida.

Este é o resultado da tirada deste sábado, ganha por António Carvalho (W52-FC Porto) e na qual João Rodrigues (W52-FC Porto) ganhou um segundo a Jóni Brandão (Efapel), precisamente a diferença que havia entre os dois primeiros classificados da Volta. Brandão, actual detentor da camisola amarela, manterá a honra de líder, fruto do desempate às centésimas de segundo.

Com este cenário, o contra-relógio deste domingo, na cidade do Porto, será palco de uma decisão ao segundo, não sendo de excluir a intromissão de Gustavo Veloso que, apesar do tempo perdido na subida ao Monte Farinha, tem predicados de “crono” suficientes para recuperar os 40 segundos de desvantagem.

W52-FC Porto controlou a etapa

A etapa rainha da Volta – teve três montanhas de 1.ª categoria e chegada em alto, na Senhora da Graça – começou com uma notícia negativa para os adeptos e para o espectáculo, em geral, e para a equipa Louletano, em particular: Vicente de Mateos, quarto classificado, a 34 segundos da camisola amarela, desistiu da corrida. O espanhol, que já fez dois pódios na Volta (2017 e 2018), passou a noite indisposto e não aguentou o mal-estar no início da etapa, entrando em lágrimas no carro da equipa.

Na estrada, após a saída de Fafe, desde cedo ficou claro que a W52-FC Porto estava a pensar “em grande” e, sobretudo, de olhos postos no final da etapa. A fuga do dia, formada logo aos três quilómetros, teve um elemento portista, Ricardo Mestre, ao qual ainda se juntou António Carvalho, alguns minutos depois.

A ideia era clara: ter, mais à frente na etapa, homens que pudessem, eventualmente, vir a ajudar Gustavo Veloso e João Rodrigues no final do dia, na subida à Senhora da Graça. Mais: a escolha de António Carvalho teve um propósito claro: com o corredor a cerca de dois minutos da camisola amarela, a Efapel viu-se obrigada a trabalhar para manter a fuga de 11 elementos “debaixo de olho”.

Na frente, com o decorrer da etapa, o grupo de 11 passou a ser um duo, com Luís Fernandes (Louletano) e António Carvalho, sendo que a última subida do dia deu ao portista a “honra” de seguir sozinho.

A estratégia da W52-FC Porto parecia perfeita, mas estratégias “não compram pernas”: Gustavo Veloso andou sempre na retaguarda do grupo dos favoritos – quase sempre liderado, estranhamente, pela Sporting-Tavira –, ficando claro que a W52-FC Porto teria de apostar apenas em João Rodrigues.

No grupo dos favoritos, Jóni Brandão atacou a dois quilómetros da meta, mas acabou por não ter força para aguentar a resposta de João Rodrigues, que ganhou um segundo ao rival. Quem beneficiou da luta entre ambos foi António Carvalho, que ergueu os braços isolado.

Este domingo traz cerca de 20 quilómetros de contra-relógio, entre Vila Nova de Gaia e os Aliados, no Porto, com uma decisão que se prevê ao segundo. Entre os três primeiros, Gustavo Veloso é o que mais vocação tem para o “crono”, mas a evolução recente de João Rodrigues neste capítulo pode ser suficiente para superar Jóni e manter companheiro espanhol fora da luta.

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