Google compromete-se a usar material reciclável em todos os aparelhos da marca

A empresa já tem um sistema de reciclagem de produtos a funcionar nos EUA, e está a apostar em mais viagens de barco (e menos viagens de avião) para reduzir as emissões de dióxido de carbono.

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A electrónica de consumo gera toneladas de lixo Srdjan Zivulovic/Reuters

O Google quer mostrar que considera o futuro do planeta uma prioridade. Até 2022, a gigante tecnológica pretende que todos os aparelhos com assinatura Google ("Made by Google") – telemóveis, colunas inteligentes e acessórios – incluam materiais recicláveis. E já para o ano quer ser uma empresa “neutra em emissões de carbono": ou seja, as toneladas de carbono emitidas devem ser todas compensadas, por exemplo, através da plantação de árvores ou da geração de energia a partir do reaproveitamento de resíduos em aterros.

O compromisso foi anunciado esta terça-feira, num comunicado assinado pela directora de sustentabilidade do Google, Anna Meegan. A responsável admite que o caminho a percorrer é longo. “Ao construir os dispositivos [Google] e entregá-los aos nossos clientes, gastamos muitos recursos, e ao livrarmo-nos de aparelhos electrónicos antigos pode-se produzir muito lixo”, notou Meegan.

Para cumprir os novos objectivos, a empresa está a apostar em várias estratégias além de substituir os materiais usados nos seus produtos. Por exemplo, entre 2017 e 2018, o Google diz que conseguiu reduzir as emissões de dióxido de carbono associadas às exportações dos seus produtos em cerca de 40%. Fê-lo ao recorrer mais a navios em vez de aviões para transportar telemóveis, colunas, portáteis e outros aparelhos das suas fábricas para consumidores de todo o mundo. 

Nos EUA, a empresa também lançou um sistema de “reciclagem responsável” para clientes que se queiram livrar de aparelhos antigos. O Google diz que além de “garantir que os aparelhos são eliminados de forma responsável”, os consumidores garantem que “quaisquer dados pessoais são destruídos no processo”.

Em entrevista à revista de tecnologia Fast Company, Meegan justifica que é altura certa para o Google fazer as mudanças. “[Na área de hardware] somos uma marca nova a criar aparelhos”, explicou. “Vemos isto como uma oportunidade para deixar a nossa marca e trazer algo novo sobre aquilo que os nossos clientes querem no mercado.”

Há dez anos, o Google lançou a subsidiária Google Green, com o objectivo de reduzir os custos da empresa com a energia. E em 2016, a empresa preparava-se para lançar o Ara, um projecto para criar um telemóvel modular (herdado com a compra da Motorola), cujos vários componentes podiam ser combinados e montados por cada utilizador de modo a reduzir a necessidade de trocar de aparelho. O projecto foi descontinuado antes do final desse ano. 

Mas a tecnológica de Mountain View não é a única empresa a focar-se na sustentabilidade. A Apple, por exemplo, já utiliza alumínio 100% reciclável na produção dos novos dispositivos MacBook Air, e em 2018 apresentou a Daisy, um robô que desmonta iPhones antigos para encontrar peças para reutilizar em novos aparelhos. Em 2017, a empresa também se comprometeu a usar aparelhos “completamente recicláveis” no futuro, embora não tenha definido uma data.

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