China superou os Estados Unidos e já é o maior mercado para o cinema europeu

Em 2017, a produção portuguesa representou apenas 2% dos filmes europeus estreados em salas fora da Europa, revela um estudo do Observatório Europeu do Audiovisual.

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Até 2017, nenhum filme português repetiu o bom desempenho internacional do Tabu de Miguel Gomes DR

De acordo com o mais recente relatório do Observatório Europeu do Audiovisual, divulgado esta segunda-feira, a China tornou-se em 2017 o mercado mais apetecível para exportação do cinema europeu, superando os Estados Unidos. No total, os filmes europeus somaram 35,8 milhões de espectadores na China, contra 24 milhões de espectadores norte-americanos.

Dos 671 filmes europeus que em 2017 se estrearam em salas de cinema fora da Europa, apenas 13 eram de produção portuguesa — mas nenhum chegou à China​. Segundo os dados estatísticos compilados por este organismo, o cinema português representou uma pequena quota de 2% do total de filmes europeus exibidos nos 12 mercados abrangidos pelo relatório relativo a 2017: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Estados Unidos, México, Nova Zelândia e Venezuela. 

Dos quase 97 milhões de espectadores que o cinema europeu conquistou fora da Europa no ano a que se refere o relatório, 26.559 foram ver cinema português: 9301 no México (onde se estrearam dois filmes de produção nacional), 7522 no Brasil (oito filmes portugueses) e 6518 nos Estados Unidos (dois filmes portugueses). No Brasil, o cinema de produção portuguesa fez em 2017 mais espectadores do que o cinema grego (5702 espectadores) mas menos espectadores do que o cinema suíço (12.378). Os filmes franceses foram vistos nesse ano por mais de 1,7 milhões de espectadores brasileiros.

O cinema francês continua aliás a ser o mais exportado para fora da Europa: em 2017, conseguiu colocar 201 filmes nestes mercados, tendo somado 31 milhões de espectadores.

É preciso recuar a 2013 para encontrar um filme português na tabela dos mais vistos de alguns dos países analisados pelo relatório: Tabu, de Miguel Gomes, foi então o 20.º filme europeu mais visto na Argentina (18.495 espectadores), o 41.º filme europeu mais visto no Brasil (19.865 espectadores) e o 47.º filme europeu mais visto no México (8.463 espectadores).

O Instituto do Cinema e Audiovisual tem actualmente em vigor um programa de apoio à internacionalização. A verba disponível, de 1,1 milhões de euros, destina-se a apoiar a promoção e a participação de obras nacionais em festivais, associações do sector e a distribuição de cinema português no estrangeiro.

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