PCP diz que pedido de 541 milhões do Novo Banco mostra que este é “um buraco sem fundo”

Comunistas criticam Governo por permitir à Lone Star receber mais dinheiro do Fundo de Resolução e ao mesmo tempo continuar a despedir trabalhadores — e aproveitam para insistir que a nacionalização teria sido a melhor solução.

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SEBASTIAO ALMEIDA

Perante um novo pedido de ajuda do Novo Banco ao Fundo de Resolução, desta vez para mais 541 milhões de euros, o PCP já veio classificar o banco como “um buraco sem fundo”. O partido aproveita para criticar a opção do Governo de António Costa de ter cedido às “imposições da Comissão Europeia” e ter vendido o banco à Lone Star, quando o que devia ter feito era nacionalizá-lo.

O PCP recorda que desde a resolução do BES em Agosto de 2014 o Estado já entregou ao Novo Banco mais de sete mil milhões de euros e que começa a ser “habitual” esta estratégia de apresentar as contas e em simultâneo anunciar novo pedido de empréstimo, recorrendo à garantia pública de 3,9 mil milhões que o Governo do PS lhe concedeu no processo de venda.

Em Maio, o Novo Banco já tinha recebido mais uma injecção de capital pelo Fundo de Resolução no valor de 1149 milhões de euros, depois de apresentar as contas de 2018, ano em que teve prejuízos de 1412,6 milhões de euros.

Mas os comunistas criticam também o facto de desta vez o banco o fazer quando se prepara para despedir mais 400 trabalhadores e depois de já ter reduzido mais de dois mil funcionários desde a resolução. O PCP afirma que o Novo Banco pediu ao Governo o alargamento da quota de trabalhadores despedidos a quem pode ser atribuído subsídio de desemprego, prevendo-se nova leva de rescisões.

“O Estado paga para limpar os activos problemáticos, paga o despedimento de trabalhadores e a Lone Star cria as condições para vir a vender o banco e retirar dessa venda um lucro significativo como faz habitualmente”, antecipam os comunistas. Que acrescentam que a venda ao fundo norte-americano demonstra que a privatização “foi uma má opção, com custos que podem ultrapassar os 10 mil milhões de euros” e que a solução que “melhor teria servido os interesses do país e dos portugueses” - que são quem “paga os custos” desta política de gestão do banco - era a nacionalização. O PCP propôs no Parlamento essa nacionalização mas a pretensão foi chumbada pelo PS, PSD e CDS

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