Defendido por Trump, A$AP Rocky vai aguardar sentença em liberdade

Justiça sueca decide libertar o músico norte-americano, detido após uma rixa em Estocolmo. Presidente dos EUA utilizou o caso para cortejar o eleitorado afro-americano e pressionou Estocolmo através das redes sociais.

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Rapper norte-americano ASAP Rocky Paulo Pimenta

O rapper norte-americano ASAP Rocky, detido na Suécia no início de Julho, no seguimento de uma rixa em Estocolmo, foi esta sexta-feira libertado e poderá regressar aos Estados Unidos enquanto aguarda sentença. Acusado do crime de ofensa à integridade física, Rakim Mayers, nome de baptismo do músico, alega que agiu em legítima defesa. O veredicto será conhecido a 14 de Agosto.

Um vídeo publicado nas redes sociais mostrava o rapper e membros da sua equipa a atirar violentamente um homem ao chão, agredindo-o depois a murro e pontapés, o que levou à detenção do nova-iorquino. O Presidente Donald Trump, que fez da exigência da libertação de ASAP Rocky uma das suas bandeiras no Twitter nas últimas semanas, festejou entretanto a decisão sueca naquela rede social.

A detenção, e sobretudo os apelos de Trump à libertação, causaram um diferendo diplomático entre os dois países, com o chefe de Estado norte-americano a criticar publicamente o que considerou ser a inacção do primeiro-ministro sueco no caso. “Estou muito desapontado com o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, que foi incapaz de agir. A Suécia desiludiu a nossa comunidade afro-americana. Assisti aos vídeos de ASAP Rocky e ele estava a ser perseguido e assediado por desordeiros”, afirmou, numa das várias críticas que fez ao Governo sueco através do Twitter. Löfven, por seu turno, afirmou que a justiça sueca é independente do poder político, pelo que não iria tomar qualquer medida para influenciar os tribunais.

O caso mobilizou a comunidade hip-hop norte-americana, que se uniu em defesa de ASAP Rocky: Kanye West, um dos nomes mais influentes do meio, juntou-se a um coro coro de vozes que pediu a libertação do rapper, e uma petição online recolheu centenas de milhares de assinaturas nos dias que se seguiram à detenção do artista. 

Ao mesmo tempo, críticos de Trump acusaram o Presidente norte-americano de instrumentalizar a causa para tentar recuperar a sua imagem junto do eleitorado afro-americano, depois de ser alvo de repetidas acusações de racismo.

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