Meo quer destronar Nos na televisão até ao final do ano

Empresa quer chegar, até Dezembro, à liderança do mercado de televisão – um segmento com 3,9 milhões de subscritores.

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Alexandre Fonseca é o líder da Altice Portugal, dona da Meo. Daniel Rocha/Arquivo

O administrador financeiro da Altice Portugal, Alexandre Matos, destacou nesta quinta-feira que a Meo está a aproximar-se “cada vez mais do líder” do segmento de televisão, a Nos, e que pretende alcançar esse posto “em absoluto no final do ano”.

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O administrador financeiro da Altice Portugal, Alexandre Matos, destacou nesta quinta-feira que a Meo está a aproximar-se “cada vez mais do líder” do segmento de televisão, a Nos, e que pretende alcançar esse posto “em absoluto no final do ano”.

Numa conversa com jornalistas por ocasião da apresentação dos resultados do segundo trimestre, o gestor reportou-se às quotas de mercado do final de 2018 – em que, segundo a Anacom, a Nos surge com 41,2% do mercado de televisão e a Meo com 39,2% – para adiantar que a liderança deste segmento está ao alcance da empresa até final do ano ou, “o mais tardar”, no início do próximo.

Sem deixar de criticar a Anacom “pelo atraso” na divulgação das estatísticas de mercado (os números do primeiro trimestre ainda não estão disponíveis), Alexandre Matos referiu que “a inovação” com uma oferta suportada na rede de fibra tem permitido à Altice “reforçar a fidelização dos clientes” e levar outros a “aderirem a uma tecnologia superior”.

O administror financeiro da Altice referiu que a estratégia da Meo continua a ser a de “aposta na inovação tecnológica” e num nível de preços competitivo, e é com ela que acredita que vai liderar o único segmento de mercado que ainda não domina.

Concorrência na fibra

A propósito da recente parceria entre Nos e Vodafone com a DST, para partilharem investimento em fibra óptica e alargarem as respectivas coberturas (para 5,7 milhões de casas no caso da Nos e 5,3 milhões no da Vodafone), o gestor mostrou-se tranquilo.

“É uma resposta legítima de quem tem uma posição estruturalmente mais fraca do que nós na fibra óptica”, disse.

Considerando que se trata de “um anúncio”, referiu que se se “chegar a concretizar, o ritmo de construção [da rede] não acontecerá de um dia para o outro”, pelo que a ameaça é longínqua.

“Pode ser que se aproximem, mas só um ano ou dois depois”, referiu.

Ainda sobre a rede de fibra da Altice Portugal, que a empresa colocou à venda e tinha inclusivamente adiantado esperar tomar uma decisão até Junho, Alexandre Matos garantiu que o processo “continua a decorrer”.

“Há mais do que uma entidade” interessada na infra-estrutura, mas também “há menor pressão” para vender, porque a situação financeira do grupo Altice se alterou, sublinhou Alexandre Matos.

A Altice não tem um prazo para fechar este negócio e também não está interessada em “vender a qualquer preço”, pelo que as conversas com potenciais interessados, que estão “a produzir bons efeitos”, vão continuar.

No segundo trimestre, as receitas da Altice cresceram 1,1% face ao período homólogo, para 522 milhões de euros. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) cresceu 0,4%, para 213 milhões de euros.

O director financeiro da empresa, Gonçalo Camolino, revelou que a empresa “continua a apurar prejuízo líquido”, mas sublinhou que essa evolução “não tem nada a ver com a capacidade de a empresa de gerar cash flow”.

Sem adiantar o valor, o gestor comentou que os prejuízos estão relacionados com amortizações de activos, como as licenças 3G, e com o efeito de impostos.