Bruxelas confirma 68 milhões para a Linha do Minho

Verba ajudará a pagar a electrificação do troço entre Nine e Valença, de 92 quilómetros, e novos pontos de cruzamento.

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Nelson Garrido

O Fundo de Coesão da União Europeia vai destinar 68 milhões de euros para ajudar a pagar a segunda fase da modernização da Linha do Minho, uma obra que já leva um significativo atraso no calendário de execução.

O projecto, nas suas diferentes fases, envolve a modernização da linha entre Nine (Famalicão) e Valença. São 92 quilómetros de via férrea no Norte de Portugal que “desempenha um importante papel económico na região”, reconhece Bruxelas, fazendo a ligação com Vigo, na Galiza.

A primeira fase, até Viana do Castelo, está concluída, e foi inaugurada agora em Julho, com um ano de atraso face ao que estava planeado no plano Ferrovia 2020, que apontava para o fim da electrificação desse troço no segundo trimestre de 2018.

Fica agora a faltar a electrificação da linha entre Viana do Castelo e Valença, uma empreitada que já está em curso. No final, as ligações internacionais ficarão dez minutos mais rápidas. Mas, por agora, o tempo de viagem mantém-se o mesmo, dado que a ligação entre Vigo e Viana ainda é com comboio a diesel, o que obriga a fazer todo o trajecto com este comboio mais lento.

Além disso, para a modernização ficar completa, ficará a faltar, depois da electrificação, a instalação de um sistema electrónico, para permitir uma circulação mais rápida em segurança. 

“Esta intervenção irá melhorar a ligação de Portugal ao resto da Europa, ao longo da costa atlântica. Além de promover uma mudança para meios de transporte mais amigos do ambiente, os passageiros e as empresas poderão usufruir de melhores ligações à Galiza e uma maior mobilidade na zona do Grande Porto”, salienta o comissário europeu, Carlos Moedas, responsável pelas pastas da Investigação, Ciência e Inovação.

A intenção é, que no fim, esta modernização ajude a desenvolver as relações intermodais com ligações desse corredor ao Porto de Leixões (Matosinhos), ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro (Maia) e outros hubs logísticos.

A intervenção neste corredor inclui ainda quatro pontos de cruzamento (estações técnicas) em Midões, Barroselas, Carreço e Carvalha, de modo a permitir a circulação de comboios de mercadorias de maiores dimensões.

Segundo Bruxelas, as obras na Linha do Minho, cujo orçamento total em fundos de coesão ascende a 125 milhões de euros, estarão prontas em 2021. A confirmar-se, mantém-se o atraso de um ano.

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