Portal da Defesa quer cativar jovens para o serviço militar

Desde 2014 há um saldo negativo nas entradas e saídas de efectivos o que, além de mais contratações, implica aumentar à capacidade de retenção.

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Forças Armadas tentam cativar jovens LUSA/NUNO VEIGA

O Governo apresentou esta segunda-feira o portal do recrutamento, que o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, considerou uma “ferramenta urgente” para ajudar a recrutar efectivos para as Forças Armadas. O objectivo é cativar jovens para o serviço militar quando existe uma crise de vocações.

“É uma ferramenta inserida num plano muito mais amplo que tem por objectivo facilitar o recrutamento e o conhecimento” por quem quer fazer carreira nas Forças Armadas, afirmou o ministro na apresentação do portal, no Ministério da Defesa Nacional, em Lisboa.

Face aos últimos números de recrutamento, Gomes Cravinho admite que se confirme, em 2019, a quebra da tendência registada desde 2012 para menos pessoas se candidatarem à carreira militar, dado que em 2018 verificou-se um ligeiro aumento. Contudo, desde 2014 há um saldo negativo nas entradas e saídas de efectivos o que, além de implicar mais contratações, obriga a aumentar a capacidade de retenção, constatou a directora do Instituto de Defesa Nacional, Helena Carreiras, na análise à legislatura do ISCTE

“Em 2018, registou-se uma interrupção nessa degradação que se verificou de ano para ano desde 2012”, afirmou o ministro, frisando a sua expectativa de nos próximos dois anos haver “uma estabilização ou melhoria dos números”.

A expectativa é que o Governo e as Forças Armadas saberão, “com esta e outras medidas, responder ao desafio de recrutar mais e reter” os militares, afirmou o governante, referindo-se ao plano de acção para a profissionalização lançado em Abril. O ministro evitou qualquer comentário aos alertas do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, em recente entrevista ao PÚBLICO e à Renascença, sobre as dificuldades de recrutamento e à situação que o militar considerou como “insustentável” das Forças Armadas.

“Queremos oferecer uma carreira mais sólida e estruturada aos jovens que ingressam nas fileiras das Forças Armadas e estamos seguros de estarmos a identificar metas concretas e realistas que permitam valorizar a carreira militar e torná-la atractiva”, afirmou, Gomes Cravinho. No esforço de recrutamento, os responsáveis esperam ainda aumentar a presença de mulheres para 15%, o que corresponde, também, às crescentes solicitações das missões internacionais.

O objectivo do portal é dar “uma ferramenta de comunicação mais eficaz no apoio ao recrutamento”, direccionada aos jovens. O portal agrega a informação relativa ao recrutamento de forma personalizada de acordo com o utilizador e não pressupõe conhecimentos a priori sobre qualquer um dos ramos. Trata-se, pois, de uma medida que visa aproximar as Forças Armadas da sociedade civil, através de um novo instrumento de comunicação com os jovens.

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