Carlos César ataca Ana Gomes: “Insulta quem não lhe faz a corte”

Líder parlamentar do PS demarcou-se das declarações da ex-eurodeputada socialista sobre a transferência de João Félix para o Atlético de Madrid. Eurodeputada acusou-o de “fechar os olhos” aos crimes financeiros no futebol.

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PÚBLICO

Um dia depois de Ana Gomes ter acusado Carlos César de ser uma das individualidades que “fecha os olhos” a eventuais ilegalidades no futebol, o presidente do Partido Socialista reagiu: em declarações ao Diário de Notícias, o (ainda) líder parlamentar da bancada socialista afirmou que a ex-eurodeputada tem “o hábito de insultar quem não lhe faz a corte”.

O presidente do PS diz ainda que não tem qualquer problema em falar sobre figuras influentes na sociedade portuguesa: "No que me toca, neste caso específico, como em qualquer outro, tenho tanto receio em falar de Luís Filipe Vieira [presidente do Benfica] como de Ana Gomes, ou seja, nenhum.”

Contactada pelo PÚBLICO, Ana Gomes preferiu não tecer qualquer comentário sobre as declarações de Carlos César. 

Na passada quinta-feira, o PS demarcou-se das declarações da antiga eurodeputada quanto a uma eventual ilegalidade na transferência de João Félix, que deu início à “guerra” de palavras entre Carlos César e Ana Gomes. “Não será negócio de lavandaria?”, questionou Ana Gomes, em resposta a um tweet de Faria Lopes, onde o jornalista da revista Sábado afirmava não ter ainda encontrado uma “explicação racional e fundamentada” para que a venda de João Félix envolvesse os 126 milhões de euros que os espanhóis pagaram pelo jovem jogador.

O Benfica anunciou que iria processar a ex-eurodeputada por causa da declaração. Também em Março, o emblema da Luz garantiu que iria instaurar um processo judicial devido a uma entrevista que esta tinha dado ao jornal Recordna qual afirmou existir “um passado de delinquência” ligado a Luís Filipe Vieira, presidente dos “encarnados”.

O presidente das “águias” endereçou, a 11 de Julho, uma carta a Carlos César, pedindo que este se pronunciasse sobre as declarações de Ana Gomes, que, segundo Luís Filipe Vieira, tiveram um “evidente propósito de calúnia e gravidade criminal associada”, sob o risco de o silêncio dos socialistas poder ser entendido como uma “aceitação tácita ou, pelo menos, tolerância quanto ao respectivo teor [das declarações].”

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João Félix foi transferido para o Atlético de Madrid por 126 milhões de euros JUAN MEDINA / REUTERS

Em resposta, Carlos César referiu que o partido não tomou nenhuma “posição institucional” e que as opiniões de Ana Gomes reflectem apenas “uma posição própria e pessoal”, ponto de vista que voltou a reforçar esta segunda-feira ao Diário de Notícias: "O que foi necessário neste caso aclarar é que ela podia falar em nome do PS quando era assalariada do aparelho do partido, mas agora não.”

A resposta do presidente do Partido Socialista ao Benfica levou a ex-eurodeputada a afirmar que Carlos César se limitou a “esclarecer o óbvio”: os pontos de vista exprimidos reflectiam um ponto de vista pessoal e não vinculavam o partido. “Agradeço ao presidente Carlos César o afã de esclarecer o óbvio: não represento o PS e o que digo e escrevo só me vincula. Sendo socialista, e não apparatchik, não abdico de dar uso à minha cabeça... Já César, usa o que pode face a Vieira: a César, o que é de César”, escreveu no Twitter.

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