Tour: A libertação de Nibali na véspera da consagração de Bernal

O colombiano da INEOS parte para a derradeira etapa com 1m11s de avanço sobre Geraint Thomas.

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Reuters/CHRISTIAN HARTMANN

O italiano Vincenzo Nibali (Bahrain Merida) venceu neste sábado isolado a 20.ª e penúltima etapa da Volta a França, em Val Thorens, enquanto Egan Bernal (INEOS) conservou a liderança e será, ao que tudo indica, o primeiro colombiano a ganhar o Tour.

Numa tirada encurtada na véspera para 59,5 quilómetros, devido à possibilidade de deslizamentos de terras provocados pelo mau tempo, Nibali, vencedor do Tour em 2014, levou uma fuga a bom termo e completou o percurso em 1h51m53s, à frente dos espanhóis da Movistar Alejandro Valverde e Mikel Landa, respectivamente, segundo e terceiro, a 10 e 14 segundos.

Egan Bernal, que vestiu a camisola amarela na sexta-feira numa etapa interrompida pelo mau tempo, terminou em quarto, a 17 segundos, praticamente a par do colega Geraint Thomas, a quem irá suceder no historial de vencedores, tornando-se, aos 22 anos, o mais jovem corredor a ganhar a Volta a França depois da II Guerra Mundial.

“Foi uma vitória sofrida, tem sido um Tour difícil para mim por causa do cansaço do Giro”, reconheceu Vincenzo Nibali, vincando que sempre fez questão de “honrar a corrida” mesmo quando muitos falavam na possibilidade de abandonar a prova. “A parte final parecia interminável, mesmo tendo em conta que a etapafoi mais curta. Os últimos 15 quilómetros foram como uma crono-escalada e a chegada foi como uma libertação para mim”, acrescentou.

À partida para a etapa de consagração, que ligará Rambouillet e Paris, na distância de 128 quilómetros, Bernal tem 1m11s de avanço sobre Thomas, e 1m31s em relação ao holandês Steven Kruijswijk (Jumbo-Visma), que neste sábado retirou a terceira posição ao francês Julian Alaphilippe (Deceuninck-Quick Step).

“A última etapa é perfeita para ele. É um jovem com um grandíssimo futuro”, comentou Nibali a propósito de Bernal, que foi aproveitando as incidências que ao longo das últimas semanas foram afectando a INEOS.

O colombiano, de resto, até tinha sido apontado para liderar a equipa na Volta a Itália deste ano, mas depois de um acidente num treino ter deitado esse cenário por terra, virou atenções para o Tour. Em França, porém, era expectável que servisse de apoio às ambições de Geraint Thomas e Chris Froome. A queda do britânico, que já ganhou a Grande Boucle por quatro vezes, no decorrer do Critério do Dauphiné voltou a baralhar as contas e Bernal acabou promovido a co-líder da equipa. 

Mesmo sem ter vencido qualquer etapa ao longo do percurso, o colombiano (que atacou sempre nas montanhas) chega ao derradeiro dia da prova como vencedor virtual. “Ainda temos de chegar a Paris. Não consigo perceber o que está a acontecer, vou precisar de alguns dias. É incrível. Senti-me bem nas subidas e tenho vivido quilómetro a quilómetro”.

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