Salvini não permite desembarque de 150 migrantes em Itália

Vice-primeiro-ministro italiano exige que sejam repartidos entre os países da UE, antes de dar autorização à embarcação para aportar.

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Os portos de Itália estão fechados aos barcos com migrantes Reuters

O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, anunciou esta sexta-feira que vai impedir o desembarque de 140 migrantes que estão em embarcações da Guarda Costeira italiana até que haja um acordo para a sua distribuição pelos países europeus.

A Guarda Costeira resgatou na quinta-feira migrantes e refugiados que estavam em várias embarcações à deriva no Mediterrâneo e recebeu cerca de cinquenta pessoas que haviam sido resgatadas pelo barco de pesca italiano Accursio Giarratano quando estavam em águas internacionais ao largo de Malta, país que recusou recebê-los.

O pesqueiro pediu ajuda e a Guarda Costeira Italiana recebeu as cinquenta pessoas e está à espera que o desembarque seja autorizado.

“Dei ordens para que nenhum porto fosse designado, antes da distribuição por toda a Europa dos 140 migrantes”, disse Salvini.

A 23 de Julho, 14 países da União Europeia chegaram a um “acordo de princípio” sobre uma iniciativa franco-alemã para o arranque de um mecanismo temporário que permita o desembarque de migrantes resgatados no Mediterrâneo central e a sua distribuição entre os Estados. O anúncio foi feito pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, após uma reunião em Paris.

A Itália, porém, não participou na reunião que Salvini disse ter sido um “erro de forma e substância”, avisando que “a Itália não é dama de companhia de ninguém e não obedece a nenhuma ordem”.

Apesar da política de portos fechados anunciada por Salvini, os navios continuam a chegar, especialmente à ilha italiana de Lampedusa, a mais meridional, e nesta semana mais de 150 imigrantes desembarcaram.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) informou na quinta-feira da morte de 150 imigrantes após o naufrágio de dois navios ao largo da costa da Líbia - outras 150 pessoas sobreviveram e foram levadas de volta para a Líbia.

No momento, não há navios de qualquer operação europeia no Mediterrâneo central, nem de organizações não-governamentais, já que algumas destas últimas viram os seus barcos apresados pela Justiça italiana no âmbito de investigações de “ajuda à imigração ilegal”.

O único navio operacional neste momento é o Ocean Viking da SOS Mediterranée e da Médicos sem Fronteiras, mas ainda não chegou à área, e o navio da Open Arms está atracado na Sicília.

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