Quem quer limpar o Gerês — e prevenir incêndios?

Associação Amo Portugal está à procura de voluntários para acção de limpeza, vigilância e prevenção de incêndios no Parque Nacional Peneda-Gerês. Inscrições decorrem até 30 de Setembro.

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Nelson Garrido

A Amo Portugal, associação ambientalista que tem como finalidade a promoção de eventos de âmbito nacional, está a realizar, pelo nono ano consecutivo, a iniciativa de voluntariado de “Vigilância e Prevenção de Incêndios no Parque Nacional Peneda-Gerês”. Esta acção, que já tem 12 voluntários inscritos, prolonga-se até 30 de Setembro, podendo o prazo ser alargado se as condições meteorológicas assim o exigirem e se houver voluntários.

As inscrições podem ser feitas no site oficial da associação. A experiência pode variar entre três dias a três semanas, podendo, quem quiser, reinscrever-se. Durante a iniciativa, que acolhe voluntários de todo o país, os participantes percorrem trilhos de montanha, a pé ou de bicicleta, ficando encarregues de entrar em contacto com as comunidades locais caso avistem alguma situação que possa provocar um incêndio. Além disso, sempre que encontrem lixo, devem apanhá-lo. “Às vezes apanhamos mesmo muito lixo, principalmente quando passamos em zonas mais turísticas”, revela ao P3 Carlos Evaristo, coordenador local da associação no Parque Nacional Peneda-Gerês, acrescentando que, num dia normal, os voluntários saem do campo de campismo por volta das 10h, sobem a serra para fazer o trilho e regressam por volta das 16h. “Normalmente almoça-se na serra”, explicou.

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Esta iniciativa prolonga-se até 30 de Setembro e já está a aceitar voluntários Paulo Pimenta

O alojamento é gratuito nos parques de campismo parceiros, consoante a disponibilidade dos mesmos. A cargo dos voluntários fica apenas o transporte, a alimentação e a tenda. “Pretendemos voluntários com robustez física para percorrer os trilhos do Parque Nacional Peneda-Gerês e assim conhecer melhor o nosso único parque nacional e contribuir para a protecção do seu património natural”, pode ler-se na página da associação. Apesar de terem voluntários de todas as idades, “há uma prevalência dos jovens entre os 18 e os 30 anos”, admite Carlos Evaristo.

O balanço dos anos anteriores é positivo, até porque, de acordo com o coordenador local, “em nove anos nunca se registaram casos de incêndios graves no Parque Nacional Peneda-Gerês”. No total, já participaram mais de 250 pessoas. Contudo, “o número dos participantes inscritos tem diminuído”. Esta situação “acaba por ser um problema”, uma vez que os voluntários andam sempre em grupo: “As patrulhas devem ter entre três a cinco pessoas porque andar na serra pode ter implicações”, esclarece o responsável.

Fernando Monteiro, de 59 anos, professor do Ensino Básico em Terras de Bouro, é voluntário há nove anos, ou seja, desde o início desta iniciativa. Motivado “pelo exercício e pela preservação do meio ambiente”, costuma participar durante todo o mês de Agosto, exceptuando aos fins-de-semana. Do seu ponto de vista, “estas acções servem para vigiar as áreas protegidas, prevenir os incêndios e sensibilizar as pessoas para a protecção do parque”. O docente importa-se com “a preservação da natureza tal e qual como ela é ou deveria ser”, pelo que “ver lixo no Parque é algo que entristece”. Para o professor, “nunca são demais os olhos para vigiar o Parque Nacional Peneda-Gerês”.

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