Empresas acreditam que o feng shui as pode ajudar a ter sucesso

Há mais de três mil anos que os chineses usam o feng shui para harmonizar os espaços. Por cá, são cada vez mais os empresários a aderir a esta filosofia milenar.

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Ambiente, com intervenção feng shui, criado pela arquitecta Paula Margarido DR

Prosperidade, sucesso, produtividade, bem-estar. Cada vez mais empresários recorrem a consultores de feng shui com a vontade que esta arte milenar chinesa, ao ser aplicada nos seus locais de trabalho, os ajude e aos seus colaboradores a viver num ambiente mais harmonioso e, em simultâneo, contribua para o aumento da produtividade. Há cada vez mais homens a procurar esta alternativa, dizem as especialistas desta arte. Feng shui significa “vento e água”. 

Há mais de três mil anos que os chineses aplicam o feng shui com o pressuposto de que o espaço onde se vive e se trabalha tem de estar em equilíbrio, uma vez que acreditam que este é essencial para o bem-estar, saúde e harmonia de quem o habita. Tudo vale para que o chi, que é a energia vital, flua em harmonia nos espaços para atrair prosperidade, saúde, dinheiro e bem-estar: da escolha do sítio e orientação solar para construir a casa ou a empresa até à disposição do mobiliário, das plantas, sem esquecer a importância das cores. 

Se em Portugal esta é uma tendência relativamente recente, lá fora, várias multinacionais recorrem a esta filosofia. Das transportadoras aéreas, como é o caso da British Airlines ou da Air France, a empresas de beleza como a Body Shop, de refrigerantes como a Coca-Cola ou cadeias de hotéis como a Marriott. Há ainda universidades, como a de Westminster, no Reino Unido, ou mesmo o Serviço Nacional de Saúde britânico que também já adoptaram o feng shui

Por cá, esta arte tem sido aplicada em projectos de arquitectura e design de interiores não só em casas particulares, mas também em escritórios de advogados ou clínicas dentárias. Pelo menos essa é a experiência da arquitecta Paula Margarido. “Não faço apenas a decoração. Começo por um estudo rigoroso do espaço, se tem potencial e o que se pode fazer”, e ainda das pessoas que o utilizam, elucida a arquitecta. Vanda Boavida, que é consultora e professora na Escola Nacional de Feng Shui, tem trabalhado com agências imobiliárias.

Deitar fora o que não interessa

“Aconselho sempre que se ‘destralhe’ [livrar-se das tralhas] a casa ou empresa antes de aplicar o feng shui para a energia do espaço fluir, ou seja, deitar fora o que já não tem utilidade”, aconselha Paula Margarido, autora do livro Uma Casa Organizada, da editora Manuscrito. 

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“Se o chi encontra obstáculos como tralha, móveis a mais, então a energia da casa ou da empresa fica estagnada” e pode reflectir-se na vida dos seus utilizadores de forma negativa, alerta Paula Margarido, consultora de feng shui. É como se o espaço estivesse doente e, por consequência, também as pessoas que o utiliza, continua em conversa com o PÚBLICO. “As imagens, cores, formas, e texturas que temos à nossa volta alteram a energia que nos rodeia e consequentemente as nossas acções e resultados”, acredita Vanda Boavida.

“O feng shui reflecte a energia yin e yang e, ao mesmo tempo, possui a harmonia entre os cinco elementos – água, madeira, fogo, terra e metal – que devem estar em equilíbrio nos espaços”, explica a arquitecta. 

Esta ferramenta pode ser usada não só no espaço como na vida de quem a quiser adoptar. Vanda Boavida dá o exemplo de uma agência imobiliária, em Paço de Arcos, na zona de Oeiras. O empresário Miguel Dias convidou-a para se encarregar não só da decoração e remodelação das lojas, mas também da formação dos seus colaboradores. 

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Pormenor de uma agência que teve intervenção de Vanda Boavida DR

Miguel Dias fez a sua tese de Gestão Imobiliária sobre esta filosofia chinesa aplicada aos imóveis e ao marketing e quando viu Vanda Boavida na televisão – a especialista é frequentemente convidada para programas nos vários canais da SIC –, não hesitou em contactá-la. “Quero que a marca ganhe identidade, quero rentabilizar o negócio, aumentar a prosperidade financeira, ter harmonia e criar melhores condições para os trabalhadores”, resume o empresário ao PÚBLICO.

Por exemplo, para incrementar a prosperidade financeira, a consultora escolheu os tons dourado, cinzento, que aludem ao elemento metal, usado para representar o dinheiro e a abundância. A consultora deu ainda formação aos 60 colaboradores, com dicas para utilizarem na sua vida pessoal e profissional. “Tudo o que temos na nossa casa acaba por ter impacto na nossa vida profissional”, defende Vanda Boavida. “Foi feito para cada um deles um estudo da personalidade, orientação em função do aniversário. Adoraram a ideia”, conta Miguel Dias, acrescentando que este trabalho já se reflectiu no aumento de vendas.

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